Textos
A Disputa entre a Mamona e o Pinhão Manso
// 18 setembro 2006 // 21 Comentários » // Biodiesel
por Univaldo Vedana
Há cerca de um ano quando lançamos o especial sobre a mamona, fizemos uma ligeira comparação com o pinhão-manso e na semana que passou o assunto voltou a entrar em discussão com a série de reportagens publicadas no Diário do Nordeste e o último texto do colunista do jornal O Tempo de Minas Gerais, Vitorio Medioli. Os problemas enfrentados com a mamona já vêm acontecendo há muito tempo e o pinhão-manso aparece como o substituto natural, graças às características similares e inúmeras vantagens.
A cautela do governo a respeito do pinhão manso é absolutamente compreensível, na medida em que as pesquisas relacionadas a esta planta precisam se desenvolver. O pinhão manso é uma planta excelente, mas não existem muitas pesquisas concluídas e grandes áreas plantadas, o que de certo modo deixa muitos analistas do governo receosos. Assim acreditamos que quando as pesquisas começarem a apresentar alguns resultados, o governo colocará o pinhão-manso no cenário nacional, sem repetir os erros cometidos com a mamona.
A área plantada de mamona está caindo consideravelmente, mas as plantações continuarão existindo em grande quantidade. Para o governo ajudar a agricultura familiar e os plantadores de mamona, é necessário que incentive a indústria de biodiesel, que é quem compra a produção do agricultor. Uma única usina em uma região produtora de mamona terá o oligopsônio do produto e comprará pelo preço que quiser. A alternativa para o produtor não ficar na mão de um só comprador é ele montar uma pequena usina para si ou se associar com mais produtores e montar uma usina de média capacidade para uso dos sócios, ou ainda fechar contrato de compra com grandes usinas de biodiesel garantindo um bom preço por um longo período de tempo. Assim, mais importante que incentivar o plantio de mamona ou o pinhão-manso é preciso que o governo incentive o desenvolvimento das usinas de biodiesel por todo o Brasil.
Investimentos, Biocombustíveis e Oportunidades
// 15 setembro 2006 // 3 Comentários » // Biodiesel
No acordo trilateral Brasil-Índia-África do Sul, os biocombustíveis foram a estrela do encontro, onde empresários e autoridades governamentais decidiram trabalhar na identificação de setores complementares entre os países. Nós encontramos hoje que a empresa indiana Reliance Industries será uma das beneficiadas com o acordo e está procurando por terras no Brasil para iniciar o plantio de cana-de-açucar e produção de etanol. O jornal indiano coloca os preços das terras brasileiras em US$ 1000 por hectare e nas palavras do presidente da empresa indiana, R.C. Sharma:
- A grande procura na próxima década será por terra para produzir comida e combustível e vemos o Brasil com enorme potencial para suprir a demanda mundial.
- No mundo globalizado a distância não impede o investidor, o que importa é a oportunidade.
- Poucas pessoas percebem que as oportunidades estão na América do Sul, onde a terra é abundante, fértil, barata e os governos agora são estáveis.
- Etanol e biodiesel se tornarão commodities e serão vendidas para onde tiver demanda.
- O etanol é o combustível mais barato hoje e nada parece indicar que o petróleo ficará com seu preço abaixo dos US$ 50.
- No futuro mais e mais países transformarão terras em plantações de combustível, para combater a dependência pelo petróleo.
Para nós envolvidos com o setor de biodiesel e que conhecemos o potencial brasileiro a muito tempo, não nos surpreende essas declarações apaixonadas e o descobrimento das incríveis oportunidades oferecidas pelo Brasil. Nós acreditamos que os investimentos internacionais na área de biocombustíveis estão apenas começando e não tardará muito para vermos o início de inúmeros projetos.
Tungue: O Pinhão Manso da Região Sul
// 11 setembro 2006 // 35 Comentários » // Biodiesel
Por Univaldo Vedana
Talvez poucos de vocês tenham ouvido falar do Tungue (Aleurites fordii), uma planta nativa da Ásia, com excelente potencial de produção de óleo por hectare. Seu plantio é recomendado em áreas onde a agricultura mecanizada é impossível e pode ser plantada em toda a região sul, pois precisa de frio para alcançar boa produtividade.
A colheita é simples, pois os frutos maduros caem no chão, bastando apenas juntar os frutos caídos. Inicialmente nós acreditamos nesta cultura para a agricultura familiar, nas pequenas propriedades rurais, onde esses agricultores poderão produzir cerca de 1.500 litros de óleo por hectare.
Para as regiões mais quentes do Brasil o pinhão manso é a grande alternativa para o biodiesel, mas na região sul o tungue será a escolha segura e lucrativa.
Será que o governo vai gostar desta planta? Vejamos:
- Planta voltada para a agricultura familiar.
- Necessidade de colheita manual
- Emprego para o campo
- Baixo custo de extração do óleo.
Não é uma planta para o Nordeste brasileiro, mas é a alternativa que faltava para sul.
Agora o Lula só precisa acrescentar o biodiesel de tungue naqueles vidrinhos, apresentado aos chefes de estado em visitas a Brasília.
Prazo para apresentação de projetos sobre biodiesel do BNB
// 06 setembro 2006 // Sem comentários » // Biodiesel
Para aqueles envolvidos em pesquisas com a glicerina, pinhão-manso ou mamona e estão precisando de recursos financeiros, aproveitem até segunda-feira (11.09) para enviarem seus projetos, pois nesta data encerra-se o prazo para envio das propostas ao BNB. Os recursos sairão do Fundo de Desenvolvimento Científico e Tecnológico – FUNDECI, do Banco do Nordeste.
Lembre-se que apenas serão aceitos projetos do Nordeste, Norte de Minas Gerais e Norte do Espírito Santo, e não podem ultrapassar o valor de cem mil reais. Pelo menos oito projetos serão selecionados.
Para saber como deve ser estruturada a proposta, os critérios de seleção e documentação necessária veja as instruções para apresentação dos projetos. (.pdf)
Os projetos devem ter como tema:
- Desenvolvimento de novos produtos a partir da glicerina;
- Desintoxicação e aproveitamento da torta de mamona para ração animal;
- Multiplicação de sementes básicas e pré-básicas de mamona;
- Desenvolvimento de variedades de mamona adaptadas à baixa altitude;
- Difusão de tecnologias e sistemas de produção apropriados à produção de mamona para a agricultura familiar;
- Coleta de germoplasma, caracterização agronômica, seleção de materiais superiores e desenvolvimento de sistema produtivo para a cultura do pinhão manso.
As Desvantagens do Biodiesel
// 04 setembro 2006 // 98 Comentários » // Biodiesel
Nós imaginamos que os leitores desse site já conhecem bem as vantagens do biodiesel, porém a divulgação das desvantagens raramente acontece. O que parece absolutamente compreensível, na medida em que todos estão buscando o crescimento desse biocombustível aqui no Brasil. Mas não é nosso objetivo empurrar para debaixo do tapete os problemas, assim vejamos algumas das desvantagens do biodiesel:
- Contra a lei: Atualmente é proibido o uso de motor diesel em carros de passeio, se você está pensando em ajudar a saúde do planeta, vá com calma. Em breve essa lei não fará mais sentido.
- Cristalização em baixas temperaturas: Em regiões de clima muito frio, a viscosidade do biodiesel aumenta bastante. Assim como o diesel, podem ocorrer formações de pequenos cristais, que se unem e impedem o bom funcionamento do motor. Porém, existem diversas precauções que podem ser tomadas para contornar este problema.
- Emissões de NOx: De todas as partículas prejudiciais esta é a única que com biodiesel apresenta ligeiro aumento. O óxido de nitrogênio pode aumentar até 15% no uso de B100. O NOx é um grande responsável pela baixa qualidade do ar em São Paulo. A boa notícia é que com o uso de aditivos ou alteração nos motores as emissões diminuem consideravelmente.
- Limpeza do bicos injetores: Nos motores que sempre usaram diesel, pode ocorrer, nos primeiros abastecimentos com biodiesel, a liberação de sujeiras e resíduos acumulados no tanque. Assim, é recomendada uma limpeza do tanque de combustível a troca do filtro quando iniciar o uso de biodiesel e quando completar 100 horas uma nova troca do filtro de óleo. Embora esta seja a princípio uma desvantagem, se deve ao fato das melhores características químicas do biodiesel.
- Troca de peças: Nos motores de ciclo diesel fabricados até 2002/2003 poderá ser necessário a troca de alguns retentores da bomba injetora, pois o biodiesel é bastante agressivo sobre essas borrachas. A mudança no motor é simples e barata. Moores fabricados após esta data provavelmente não seja necessária qualquer adaptação. Para aqueles mais assustados que tem um carro antigo, não se preocupem, o código de trânsito brasileiro proíbe que os consumidores sejam obrigados a adaptarem seus veículos (e ainda vai muito tempo até o B100).
- Somente B2 por enquanto: É relativamente fácil encontrar biodiesel nos postos brasileiros, mas somente o B2 (2% de biodiesel e 98% de diesel). O que é considerado mais um aditivo de lubricidade para o diesel que propriamente um novo combustível.
BNDES: Melhor para as Grandes Usinas de Biodiesel
// 31 agosto 2006 // 5 Comentários » // Biodiesel
Conforme noticiou a gazeta mercantil, o BNDES pode aprovar 2 bilhões de reais para projetos do setor de biodiesel, porém não se animem muito em querer um pedaço dessa torta, pois até agora apenas grandes projetos foram aprovados e as perspectivas para os pequenos não são animadoras.
Nas palavras de Sérgio Leite da Expetro:
Há possibilidade de investimento no produto, mas para ter acesso ao financiamento é preciso ter muita estrutura
e ainda:
Se o produtor quiser investir em biodiesel, deve primeiro entender o setor. Ficar atento aos mercados interno e externo, buscar eficiência em gestão e, principalmente, ter capacidade de produção em grande escala
A opção para micro, pequenas e médias empresas existe, mas o cenário desenhado pelo governo favorece grandes usinas e os agricultores envolvidos com o projeto. Aqueles que planejam construir pequenas e médias usinas, não esperem muito do BNDES.
O Banco já aprovou 3 projetos para financiamento:
- Bsbios: R$ 28,7 milhões para um fábrica de 100 milhões de litros por ano.
- Bertin: R$ 14,6 milhões para um fábrica de 115 milhões de litros.
- Caramuru: R$ 48,2 milhões para um fábrica de 100 milhões de litros por ano.
Outros 3 projetos, não divulgados, aguardam aprovação.
Introduzindo… BiodieselBr Blog
// 20 agosto 2006 // 13 Comentários » // Biodiesel
Bem-vindos ao Blog Biodiesel Br. É com muito entusiasmo que anunciamos o lançamento deste blog, um novo jeito de comunicação com nossos assinantes e toda a indústria do biodiesel. Nossa equipe está cheia de energia e focada, como nunca esteve antes e já que passamos o dia inteiro envolvidos com o tema biodiesel, nada mais interessante que criarmos um espaço para apresentar os detalhes de novas notícias e escrevermos sobre os vários tópicos que despertam enorme interesse entre vocês.
Esperamos abordar toda semana novos assuntos, colocar os temas em discussão não somente entre nossa equipe, mas com todos vocês. Com o passar do tempo esperamos que este seja o espaço onde cada um da BiodieselBr.com possa dar sua opinião, fazer perguntas e obter feedback.
O que vocês podem esperar deste blog:
- Informações atualizadas sobre os diversos tópicos do setor de Biodiesel.
- Links, muitos links para as informações relevantes.
- Opiniões e comentários
Esperamos que vocês aproveitem este blog, assim como nós!
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