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Catálogo 2007: Uma semana depois…

// 01 novembro 2006 // Sem comentários » // Biodiesel

Empresas cadastradas

Durante a semana passada abrimos as inscrições para empresas que atuam no setor de biodiesel aparecerem no catálogo 2007. Desde então, já se passaram 7 dias e a quantidade de empresas cadastradas já passa de 100, distribuídas em 17 grupos e inscritas em 195 categorias. No gráfico acima apresentamos a distribuição das empresas pelos grupos (até 19:00 – 01.nov).

Atendendo aos pedidos de vocês, já adicionamos 16 novas categorias desde o lançamento e continuaremos ajustando os detalhes para que este guia seja a referência e o ponto de partida para desenvolvimento de novos negócios em 2007. Foi para atingirmos esse objetivo que permitimos que você apareça no catálogo gratuitamente. Pois compreendemos que muitas empresas do setor ainda são jovens e estão começando, com um orçamento pequeno e precisam ser conhecidas para se desenvolver. Para as demais empresas a procura é maior por destaques dentro do catálogo, seja através da inserção em diversas categorias, envio de logomarca ou anúncios. (.pdf)

Estaremos aceitando inscrições até o dia 15 de dezembro. Portanto se ainda não cadastrou aproveite e faça sua empresa crescer junto com o setor de biodiesel.

Nova Especificação para o Biodiesel Americano

// 30 outubro 2006 // 1 Comentário » // Biodiesel

BQ-9000 Accredited Producer

A ASTM International lançou novo padrão para o biodiesel a fim de garantir que as misturas até 20% sejam compatíveis com as novas tecnologias do diesel. O novo padrão D 6751-06a modifica os limites de cálcio e magnésio, que podem ser adicionados durante a fabricação do biodiesel.

A especificação americana já tinha sido modificada no início desse ano, quando foram estabelecidos novos limites para o sódio e potássio no biodiesel. Dois elementos que são encontrados nos catalisadores.

Ao contrário do Brasil, os EUA não possuem uma especificação única para o biodiesel, assim como não tem um percentual de mistura definido. Cada estado americano adota uma política e um padrão para o biodiesel. Vocês podem imaginar a desconfiança que isso provoca nos consumidores preocupados com seu carro diesel.

ASTM logoPor isso já há muito tempo tenta se estabelecer um padrão único, como está propondo a NBB (National Biodiesel Board), que em conformidade com os estados, pretende adotar o ASTM D6751, avaliar os procedimentos e analisar as amostras. Mais ou menos o que já está definido como responsabilidade da ANP aqui no Brasil.

Também surgem iniciativas voluntárias que ganham força, devido a grande desconfiança dos consumidores, como o BQ-9000. Um programa que visa identificar nos EUA todos os produtores e distribuidores que comercializam biodiesel dentro do padrão ASTM D6751.

Fica claro para nós que o modelo americano apresenta diversas fragilidades e quando o colocamos em comparação com o programa brasileiro, percebemos que no Brasil foi criada uma estrutura mais sólida e teremos condições de desenvolver um programa muito mais ambicioso.

O Problema do Álcool Anidro e Hidratado

// 26 outubro 2006 // 25 Comentários » // Biodiesel

Por Univaldo Vedana
Molécula de Etanol

O álcool anidro é um álcool com no mínimo 99,5% de pureza e o álcool hidratado tem cerca de 94,5% de pureza, este último é o que colocamos em nossos carros.

As usinas de etanol vendem o álcool anidro às distribuidoras para a mistura na gasolina e este é isento de impostos. Esse mesmo álcool, quando vendido para uma usina de biodiesel (que o utiliza para realizar a transesterificação) paga “somente” 32% em impostos.

Uma usina de biodiesel que usa a rota etílica gera álcool hidratado em seu processo de transesterificação, ou seja, a usina precisa recuperar o excesso de álcool, caso contrário o biodiesel não alcançaria os padrões de qualidade além de tornar-se inviável economicamente. Continue lendo…

Burocracia Superada

// 19 outubro 2006 // 1 Comentário » // Biodiesel

ANPA Associação de Energia Alternativa da Turquia anunciou que existem 200 empresas querendo produzir biodiesel e até agora apenas 2 conseguiram a licença exigida. O motivo desse atraso, de acordo com o diretor da associação, é o longo processo burocrático pelo qual devem passar as empresas antes de conseguirem a licença. E ainda parece haver uma disputa entre dois orgãos públicos pelo controle do mercado de biodiesel na Turquia.

No Brasil acreditamos que essa fase já esteja superada, pois vocês devem se lembrar que a pouco tempo atrás a ANP passou por problemas e não podia conceder a licença para produção de biodiesel, pois era necessário a assinatura de 3 diretores da agência e esta contava com apenas 2. Durante esse período não aconteceram muitos problemas (com exceção da Granol), pois os empresários estavam mais interessados em avaliar e estudar a viabilidade dos projetos que propriamente conseguirem a licença.

A obtenção de incentivos fiscais também não é problema, uma vez que conseguir o selo combustível social junto ao MDA é fácil e não apresenta maiores problemas. Uma pena que os incentivos ainda são poucos.

O futuro do Pinhão Manso (Jatropha curcas)

// 18 outubro 2006 // 15 Comentários » // Biodiesel

Por Univaldo Vedana

Frutos de Pinhão Manso

Somos desde 2003 os principais incentivadores e divulgadores do potencial e das vantagens do pinhão manso sobre outras oleaginosas. Nosso site www.pinhaomanso.com.br criado em 2003, foi e está sendo o grande divulgador desta planta em todo o mundo, em virtude disto, recebemos diariamente e-mails com críticas, sugestões e pedidos dos mais variados sobre o plantio do pinhão manso, são pedidos de informações vindos de todos os continentes, além de inúmeras visitas, principalmente de europeus, que vêem em busca de conhecimentos sobre a planta.

O futuro do biodiesel depende de grandes produções de oleaginosas e essas precisam de alta produção de óleo por hectare e baixos custos de produção. Aí entra o pinhão manso, uma planta desconhecida e que nunca foi pesquisada com profundidade. Temos somente alguns comentários de observadores que há anos escreveram algumas coisas sobre o potencial da planta para uma futura produção de óleos carburantes.

As orientações que passamos aos produtores que querem começar um plantio de pinhão manso incluem a falta de pesquisas e a possibilidade de no plantio em larga escala, surgirem problemas novos e um conseqüente prejuízo.

Sabemos hoje que as pequenas plantações existentes estão começando a sofrer ataques de pragas, como o mofo branco, o ácaro branco e vermelho e de alguns percevejos além da cigarrinha. Não podemos admitir que estas pragas sejam empecilhos para seu cultivo, pois são pragas perfeitamente controláveis com inseticidas e fungicidas existentes no mercado.

O que está ocorrendo no Brasil, são pequenos plantios em todos os estados brasileiros, são algumas centenas de produtores pagando para ver, visando testar o potencial da planta. Podemos dizer que estes plantios estão atropelando as pesquisas, ou para ser mais claro, estão ajudando aos pesquisadores. Estes produtores não estão preocupados com os custos destes pequenos plantios, são todos colaboradores do projeto pinhão manso.

O Poder dos Trópicos

// 13 outubro 2006 // 4 Comentários » // Biodiesel

O Poder dos TrópicosHá tempos a Europa estabeleceu como prioridade o desenvolvimento de alternativas energéticas e diante da possibilidade de tornar-se um grande importador de biocombustível brasileiro, muitos estudos estão sendo realizados a fim de avaliar a situação brasileira.

Recentemente a agência internacional de energia Bioenergy task 40, publicou um relatório sobre a sustentabilidade da produção de etanol no Brasil. O relatório foi produzido pela Unicamp e pelo Copernicus Institute, a conclusão é de que o atual modelo brasileiro de produção de etanol é ambientalmente sustentável e possui um excelente balanço energético, em torno de 8.3 e no melhor cenário 10.2. Um balanço energético muito bom, pois como exemplo, o etanol de milho, bastante produzido nos EUA, apresenta um balanço pouco maior que 1 e o biodiesel de canola, largamente produzido na Europa, apresenta um balanço energético abaixo de 2.

Este é mais um estudo de muitos que temos lido ultimamente e assim como diversos outros trabalhos em todo o mundo, parece que a conclusão é a mesma: os biocombustíveis produzidos no hemisfério norte dificilmente valem a pena, pois o gasto de energia para a produção é muito elevado quando comparado aos biocombustíveis do hemisfério sul. Conclusão essa que o professor Bautista Vidal já vem dizendo a muito tempo e que faz do livro poder dos trópicos uma leitura indispensável.

Não é a toa que estamos sendo invadidos por investidores estrangeiros buscando mais energia e maiores lucros.

As boas Intenções do Programa de Biodiesel

// 10 outubro 2006 // 5 Comentários » // Biodiesel

Por Univaldo Vedana

Pilares do programa de biodiesel

Para o biodiesel realmente sair do papel, e chegar ao tanque de nossas máquinas e caminhões, uma série de problemas devem ser resolvidos para que as boas intenções do programa não fiquem pelo caminho. Boas intenções econômicas, ambientais, de emprego e renda no campo, de produtividade agrícola e de uso de terras que hoje estão subutilizadas, alem é claro da troca da matriz energética por um combustível renovável.

Alguns pontos devem ser considerados para que as boas intenções se transformem em ações sólidas e efetivas:

É preciso dar ao álcool anidro usado para produzir biodiesel, o mesmo tratamento tributário dado ao álcool anidro misturado à gasolina. Hoje, o primeiro paga 32% em impostos e o segundo 0%.

Autorizar as usinas de biodiesel a vender o álcool hidratado, recuperado no processo industrial de produção de biodiesel.

Rever a carga tributária, tanto a federal como estadual.

A portaria 116 da ANP e o Decreto 5297 devem ser reavaliados e adequados as reais necessidades brasileiras.

Promover o incentivo a produção de outras oleaginosas especificamente para biodiesel.

Como as Petrolíferas encaram o Biodiesel

// 04 outubro 2006 // 4 Comentários » // Biodiesel

Concha sujaVocês lembram do dia que um executivo sênior da Shell (Royal Dutch Shell), disse que era “moralmente inadequado” o uso de oleaginosas para biodiesel? Esse funcionário afirmou que a Shell vai optar pelo desenvolvimento de alternativas, como a produção de biodiesel a partir de madeira e resíduos vegetais (a chamada segunda geração do biodiesel, que falaremos em breve sobre ela).

A notícia não passou em branco, provocando declarações fortes e indignadas de nossos leitores, que não ficaram sozinhos, pois descobrimos que a notícia da Reuters provocou reações similares em todo mundo, a ponto do chefe de biocombustíveis da Shell, Darran Messem, aparecer tentando desvincular a empresa dos comentários do executivo:

Os comentários feitos não representam inteiramente a política ou posição da Shell sobre biocombustíveis

Não surtiu qualquer efeito. Ficou bem claro a intenção da Shell de nesse momento, deixar em segundo plano a produção de biodiesel. Não fosse esse problema dos alimentos, eles provavelmente pensariam em outra motivo contra, afinal poderiam investir em biodiesel de pinhão manso ou qualquer outra oleaginosa que não esteja apta para alimentação.

Muitas companhias petrolíferas como a Shell e a Exxon, estão procurando investimentos em alternativas (como a energia solar e eólica) que não concorrem diretamente com o negócio deles de petróleo e gás. A Shell, ao dizer que vai investir no desenvolvimento de biodiesel através de um processo que necessita de muita pesquisa, tenta adiar o desenvolvimento desse biocombustível para não afetar a sua lucratividade. E o hidrogênio é encarado por essas empresas da mesma maneira.

Grandes áreas de produção de Pinhão Manso (Jatropha curcas)

// 27 setembro 2006 // 23 Comentários » // Biodiesel

Por Univaldo Vedana

plantação de Jatropha curcas

Apesar de todos os problemas que envolvem a cultura do pinhão manso, como a falta de financiamentos para seu plantio, a falta de pesquisas e carência de uma história sobre esta cultura, ainda assim já são alguns milhares de hectares plantados do Oiapoque ao Chuí.

São centenas de produtores em centenas de municípios que estão fazendo suas próprias pesquisas, plantaram um, dois ou mais hectares e agora estão observando o comportamento da planta para a partir do ano que vem iniciarem realmente plantios comerciais.

Os primeiros resultados destas pesquisas particulares são animadores, na maioria das regiões as plantas estão se desenvolvendo muito bem, as primeiras colheitas estão ocorrendo após cerca de oito meses do plantio e nesse período as plantas atingem em média 1,5 metros de altura, com boa formação de ramos.
Estes plantios experimentais também servirão para a produção de sementes próprias, com isto o produtor terá uma redução de custos de plantio alem de poder vender sementes para a sua região.

Em 2007, a partir de abril teremos inúmeros dias de campo sobre o pinhão manso em todas as regiões do Brasil. Estes eventos servirão para transferir à comunidade local os conhecimentos básicos sobre técnicas de plantio, tratos culturais e demais informações para o início de plantios comerciais.

Estes futuros plantios comerciais deverão ser feitos de forma integrada, produtor rural com a indústria de extração, pelo mínimo. Não recomendamos plantar pinhão manso sem contrato de venda da safra futura. Não podemos cometer com o pinhão manso os mesmos erros que aconteceram e continuam acontecendo com a mamona e outras oleaginosas para biodiesel.

Enquanto isto, projetos de plantios de grandes áreas encontram-se em compasso de espera, aguardando confirmações mais detalhadas destas pequenas experiências.

Alguns pagam pra ver. Outros mais cautelosos não querem arriscar.

Scania libera 100% de biodiesel em seus caminhões

// 22 setembro 2006 // 10 Comentários » // Biodiesel

Na Europa, no início do mês, a Scania divulgou nota permitindo o uso de b100 em caminhões sem qualquer modificação nos motores:

Devido ao crescimento da demanda por biocombustíveis, a SCANIA decidiu depois de muitas investigações, permitir o uso de 100% de biodiesel. O objetivo é dar aos nossos clientes a possibilidade de usarem biodiesel em seus veículos Scania.

ScaniaEsta autorização faz da Scania a primeira e por enquanto a única do setor a permitir o uso de B100. Em breve veremos as demais empresas seguindo pelo mesmo caminho, uma vez que não se encontram problemas causados pelo biodiesel nos motores e este ainda apresenta diversas vantagens técnicas e ambientais.

Mas se você é um feliz proprietário de um caminhão Scania, não pense em amanhã já encher o tanque com biodiesel B100, primeiro porque você não vai encontrar lugar nenhum vendendo biodiesel puro e depois a autorização é válida apenas para o biodiesel dentro da especificação européia.

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