Textos

Planejamento para atrair investimentos em Biodiesel

// 07 dezembro 2006 // 7 Comentários » // Biodiesel

Por Univaldo Vedana

Mundo: América do Sul: Brasil

Os novos investimentos em construção de usinas na Europa, Ásia, Austrália e Estados Unidos, projetam produções de biodiesel com números altíssimos. Isso nos traz uma certeza: A agricultura mundial só conseguirá produzir a quantidade de oleaginosas suficientes para todo esse biodiesel com grandes investimentos.

Essa é uma excelente oportunidade para o agronegócio brasileiro. Estamos com a faca e o queijo na mão. A indústria de biodiesel européia precisará de bilhões de litros de óleo vegetal por ano para suprir a demanda de biocombustível. E eles não dispõem de terras para aumentar a produção de oleaginosas para atender a essa demanda. Com isso precisarão importar quantias muito maiores de matéria-prima. Para suprir essa demanda, farão investimentos em países com potencial agrícola. E é aí que está a oportunidade.

Precisamos elaborar projetos que falem a língua do investidor que tenham começo, meio e fim, quem mostrem objetivos, formas e resultados. Eles têm o dinheiro, querem investir e querem retorno financeiro. Nós temos as terras, a tecnologia e vontade de produzir. Mas vontade só, não basta. Precisamos de planejamento, estabelecer metas responsáveis, coordenação entre toda a cadeia produtiva, envolvendo o campo, a logística, a indústria e infra-estrutura portuária.

Enfim, precisamos juntar a fome com a vontade de comer.

Massey Ferguson e Valtra autorizam B100 em seus tratores

// 05 dezembro 2006 // 8 Comentários » // Biodiesel

AGCO

Vocês se lembram que Scania foi a primeira empresa a garantir a utilização de biodiesel puro (B100) em seus motores, e falávamos que esta seria a primeira empresa de muitas que viriam.

Pois então, em comunicado oficial do grupo AGCO, a SisuDiesel, braço da empresa adquirida em 2004, que fornece os motores para as marcas Massey Ferguson e Valtra (também do grupo AGCO), autoriza a utilização de B100 nos tratores com os motores Tier 0 Valmet, Tier 1 e Tier 2.

Nas palavras do presidente e CEO do grupo AGCO, Martin Richenhagen:

Nós vemos o biodiesel como um produto onde todos se beneficiam, fazendeiros, meio ambiente e nossos produtos. Mesmo com baixas misturas de biodiesel temos redução no atrito, no custo de manutenção e aumento da vida útil dos equipamentos, enquanto ajudamos o meio ambiente e desenvolvemos novos mercados para nossos consumidores.

Assim como foi com a Scania, isso serve apenas para o biodiesel no padrão europeu EN 14214 e americano ASTM D6751. Aqui no Brasil quem utilizar nas suas máquinas mais que 5% de biodiesel junto com o diesel perde a garantia. Para aqueles com tratores Massey Ferguson, B5 está garantido, para mais detalhes veja o elegante mini-site da massey.

É realmente uma pena vermos os testes e as autorizações acontecendo na Europa e EUA enquanto aqui no Brasil as empresas não estão se adiantando. Algumas até querendo frear os testes. É verdade que não se encontra mais que B2 pelo Brasil, mas a iniciativa deve também partir dos fabricantes de veículos, para que o percentual de biodiesel exigido por lei aumente. Se ajudar o meio ambiente não é suficiente, pensem no ganho de imagem: “Empresa X é a primeira no Brasil a garantir 100% de biodiesel”. Ou B20 já está ótimo.

Pesquisador de Biodiesel recebe a Ordem Nacional do Mérito Científico

// 30 novembro 2006 // 6 Comentários » // Biodiesel

Ordem do mérito científicoTivemos a alegria de receber a informação que o Prof. Donato Aranda, foi agraciado com a Ordem Nacional do Mérito Científico. A mais importante condecoração brasileira da área científica. Apenas 700 pessoas podem ser admitidas. São duas classes, Grã-cruz e Comendador, nesta última foi admitido o professor Donato Aranda, que ficará ao lado de personalidades como escritor Ariano Suassuna e o arquiteto Oscar Niemeyer.

Este prêmio demonstra o reconhecimento público da brilhante trajetória do professor Donato Aranda, que tanto contribuiu para o desenvolvimento do biodiesel no Brasil e sempre que possível ajudou este site com elogios e conselhos.

E na última terça-feira, o professor ainda foi laureado com o prêmio Golfinho de Ouro, concedido pelo governo do estado do RJ às 11 pessoas que foram destaques em suas áreas. É mais um reconhecimento a excelência do trabalho do Prof. Donato na área de biodiesel.

Essas duas premiações são muito importantes, pois trata-se de um incentivo e dá grande visibilidade não só ao Professor Donato e a UFRJ, mas a toda a comunidade científica que atua no setor de biodiesel.

Ao catalítico Donato Aranda nossos sinceros parabéns.

Biodiesel do Óleo de Pinhão-manso

// 29 novembro 2006 // 26 Comentários » // Biodiesel

Fotos da Jatropha curcas - Pinhão manso

Por Juan Castellanos

O pinhão-manso (piñón de leche) é uma planta originária da América Latina, da família das Euforbiáceas de nome científico Jatropha curcas. Encontra-se distribuído em toda a geografia nacional, onde cresce espontaneamente e é utilizado para a cura de diferentes enfermidades. O que a maioria dos habitantes deste país, como de outros países do continente, não sabe é que das sementes deste arbusto se obtém o melhor óleo, conforme dizem os cientistas, superior ao óleo de mamona para ser usado como combustível, em substituição ao diesel.

O pinhão-manso é uma pequena árvore que alcança uma altura de 3 a 5 metros, com a vantagem que se desenvolve e produz bem em solos marginais, onde virtualmente nenhum outro cultivo poderia desenvolver-se. Resiste à falta de água, desenvolvendo-se em zona de muito baixa pluviometria (menos de 400 mms de chuva por ano). Pode-se semear por semente ou por via vegetativa (estacas), quando a planta é obtida por semente demora dois anos para produzir a primeira colheita. Semeado por estacas a primeira produção se obtém no mesmo ano, com a vantagem de que a planta não sofre variabilidade pela possibilidade de cruzamento com outras plantas.

A Índia é o país que mais trabalhou com esta oleaginosa e ao mesmo tempo com o uso do óleo nos automóveis. Os grandes empresários agropecuários indianos destinam para a semeia deste cultivo todas as terras improdutivas de suas propriedades, com a finalidade de colher suas sementes e obter seu óleo. Toda a produção de óleo é armazenada e utilizada como combustível das maquinarias agrícolas e de transporte, da agroempresa durante o ano todo. É uma grande economia que se obtém, além da independência do uso de combustível que é quase todo um produto importado. Continue lendo…

Inauguração da Usina de Biodiesel da Barralcool

// 28 novembro 2006 // Sem comentários » // Biodiesel

Um pouco atrasado esse video, mas vale como registro. Imagens feitas pela excelente secretaria de comunicação social do Mato Grosso (SECOM – MT). É uma pena que fizeram apenas imagens dos discursos, o mais interessante que era a usina, praticamente nem aparece.

Implementada pela Dedini, esta usina é uma das mais modernas e bem desenvolvidas, deixou aqueles que acompanharam a inauguração impressionados. “É uma maravilha” contou para gente um dos químicos da usina Anderson Kurunczi Domingos.

Abaixo vejam o video e se quiserem ver algumas fotos da “maravilha” acessem a nossa página sobre a usina.

Biodiesel em ‘Stand by’

// 24 novembro 2006 // 1 Comentário » // Biodiesel

Por Univaldo Vedana

Girassol - Canola - Linhaça - Nabo Forrageiro

Em nossas colunas neste portal transmitimos nossas opiniões, os problemas, as soluções, os projetos que envolvem o biodiesel, visto pelo ângulo de quem está no meio, não com o olho imparcial de um repórter, mas com o olho de quem tem como único objetivo colaborar para que o biodiesel seja parte do dia-a-dia do povo brasileiro.

Há muito tempo estamos alertando sobre a utilização do óleo de soja para a produção de biodiesel, enquanto o preço do óleo estava abaixo de meio dólar por litro a produção de biodiesel com soja se tornava interessante. Agora com o preço alcançando cerca de R$ 1,50 o litro, a conta da produção de biodiesel de óleo de soja não fecha.

Seguramente ficarão em “stand by” os projetos de construção de novas usinas de biodiesel que estavam baseadas na soja. Projetos financeiros necessariamente deverão ser refeitos, business plan e TIR recalculados, recolocando os cálculos em outro patamar.

Em uma primeira análise isto pode parecer ruim para o desenvolvimento do programa de biodiesel. Mas com uma análise mais profunda poderemos chegar a uma conclusão contrária. A inviabilidade econômica da soja para biodiesel obriga a busca por outras alternativas agrícolas, algo que defendemos há mais de três anos.

Com a inviabilidade da soja para produção de biodiesel, poderão ser utilizadas nossas imensas áreas agrícolas com o plantio de culturas intermediárias após a colheita da safra de verão. Também pode ser feito o plantio de oleaginosas perenes nas regiões propicias. Enfim, buscaremos uma utilização plena e racional de nosso potencial agrícola na produção de matérias primas para biodiesel sem atrapalhar a nossa safra de verão. Sempre foi nossa bandeira, que a safra de verão, no Brasil, deverá ser usada para fins alimentícios.

Para mais informações veja:
Produção de Biodiesel de Soja no Brasil com os Dias Contados

Os acessos do Portal BiodieselBR.com

// 23 novembro 2006 // 2 Comentários » // Biodiesel

Acessos do Portal biodieselbr.com

O gráfico acima mostra o número de visitantes únicos que o portal BiodieselBR.com teve durante os últimos 7 dias, nós salvamos este gráfico no final da tarde de ontem. A média de visitantes do portal vem aumentando gradativamente desde o lançamento do site há 4 anos, com alguns períodos de rápido crescimento, como na última terça-feira (21.11) que recebemos quase oito mil visitantes únicos que acessaram 24 mil páginas do site.

Oito mil internautas em 24 horas! Neste dia os visitantes deixaram 22 comentários nas notícias, 2 no blog e 15 discussões no recém criado fórum biodieselbr.com. E este ritmo está sempre aumentando, até o final de novembro chegaremos aos 20 mil e-mails registrados no boletim que enviamos gratuitamente de 2 a 3 vezes por semana com as novidades do setor. Serão 20 mil pessoas recebendo gratuitamente, os detalhes do setor de biodiesel, que chegou religiosamente a vocês todas as semanas nesses 4 anos.

Nós sabemos o quanto vocês gostam desses informativos e como eles contribuíram para o crescimento do setor e ajudaram na criação e desenvolvimento de muitos negócios na área. Nós agradecemos todos os elogios recebidos nos últimos dias e esperamos contribuir cada vez mais para o desenvolvimento do biodiesel no Brasil. É por isso que gostamos tanto dos comentários e sugestões de vocês.

O Interesse no Pinhão Manso

// 21 novembro 2006 // 8 Comentários » // Biodiesel

Por Univaldo Vedana

Placa Jatropha curcas

A cada dia que passa aumenta o interesse pelo plantio desta planta em todo o Brasil.

Estamos a quase quatro anos divulgando o potencial do pinhão manso como cultura energética. Esbarramos em pessoas e empresas que se beneficiam do atual sistema econômico de produção de energia e que não tem interesse em mudar os paradigmas e trazer novos produtos agrícolas, novas indústrias e novos métodos de conservação do solo, além de novas tecnologias. Estas pessoas e empresas não o fazem, simplesmente por se sentirem ameaçadas por uma possível perda de parte do mercado que hoje possuem.

O plantio de pinhão manso é uma quebra de paradigma. Quando falo em quebra de paradigma, digo isto porque temos que enfrentar um plantio sem pesquisas definitivas, porque plantamos a contra gosto de setores que querem decidir o que deve e o que não deve ser plantado. Alguns dizem até que não pode ser plantado porque sofre ataques de cigarrinha ou de percevejos, insetos que qualquer veneninho barato acaba com eles.

Sem contar que o pinhão manso é uma planta que pode e deverá ser plantada sem acabar com a biodiversidade dos ecossistemas regionais, permitindo seu plantio entre plantas nativas da região. Ou seja, uma planta ecologicamente correta.

Mesmo que no nordeste o pinhão manso produza somente 1.000 quilos por hectare, será muito melhor que a mamona, com esta média atual de produção de menos de 700 quilos por hectare, pois a nossa jatropha não precisa de plantio a cada ano ou dois.

Mas o Ministério da Agricultura não reconhece a planta e o Ministério do Desenvolvimento Agrário não fornece o selo de combustível social para usinas que queiram plantar pinhão manso.

Apesar disto estamos vendo a iniciativa privada iniciando plantios, a exemplo da Barraalcool no Mato Grosso, em consórcio com mais de uma dezena de prefeituras, iniciando um projeto de plantio de grande porte. Na Bahia a IBR também quer garantir sua matéria-prima para biodiesel com o pinhão manso. A própria Brasil Ecodiesel que iniciou com a mamona está formando mudas de pinhão manso para plantios em larga escala. Isto para citar apenas algumas das centenas de plantios que temos pelo Brasil afora.

Informações sobre o Selo Combustível Social

// 16 novembro 2006 // Sem comentários » // Biodiesel

Selo combustível social

Ultimamente temos recebido inúmeras solicitações sobre o selo combustível social, normalmente os interessados em saber mais sobre o selo já passaram da fase de buscar as informações básicas sobre biodiesel e querem conhecer melhor as formas de isenção fiscal para iniciar seu negócio na área de biodiesel.

Vocês não podem esquecer de alguns pontos básicos sobre o selo e pensar no longo prazo para um projeto sólido. E a primeira coisa a fazer é ir atrás do financiamento, porque somente após preencher todos os requisitos necessários junto a instituição financeira é que vocês devem procurar o MDA. Caso contrário o ministério não vai analisar o seu projeto de obtenção do selo.

O selo tem validade de 5 anos e anualmente você será avaliado pelo MDA. Se nessas avaliações não atender os requisitos, tem 30 dias para se explicar e caso a explicação não convença, perde o selo por um ano. Após este período será feita uma nova avaliação e continuando o problema o uso é anulado. Na terceira vez consecutiva o uso do selo é proibido por 5 anos.

Para mais detalhes sobre o selo acessem o portal do MDA e aguardem que em breve nós lançaremos um especial com todos os detalhes para obtenção do selo combustível social, benefícios, quem são os agricultores familiares, condições para aquisição do selo, porcentagem de aquisição da matéria-prima, como comprovar…

Carta Aberta ao Presidente da República

// 07 novembro 2006 // 31 Comentários » // Biodiesel

Excelentíssimo Senhor Presidente Luís Inácio Lula da Silva,

O momento é importante para o setor de biodiesel e sabemos de sua dedicação para o sucesso desse biocombustível.

Vossa Excelência renasceu o programa brasileiro de biodiesel em seu primeiro mandato. Uma estrutura sólida foi montada, mas como todo projeto ambicioso, surgiu com problemas.

V. Exa. mostrou que a agricultura familiar e as pequenas propriedades podem entrar na agroenergia e que a agricultura mecanizada tem alternativa. Mostrou que os produtores de soja podem sair dessa monocultura e plantar outras oleaginosas de março a outubro, sem atrapalhar a safra de verão. Essas são conquistas importantes.

Getulio Vargas ficou na história como o criador da Petrobras e lançou o slogan o “petróleo é nosso”. Vossa Excelência pode entrar para história como o Presidente do Biodiesel. Durante o primeiro mandato foi feito muito esforço para criar uma imagem positiva deste combustível. Vossa Excelência inaugurou pedras fundamentais de usinas de biodiesel, fez leilões de compra futura de biodiesel e com isso conseguiu incutir na cabeça dos brasileiros que o biodiesel é importante, conseguiu atrair os olhares da classe empresarial brasileira. Investidores se lançaram no programa, acreditaram. Agora é pé no chão. O segundo mandato está aí, e não haverá um terceiro.

Para ficar na história do biodiesel Vossa Excelência precisa corrigir a rota. O biodiesel, combustível renovável, ecologicamente correto, capaz de gerar empregos e renda de norte a sul do Brasil, existirá por diversas décadas, como a Petrobras criada por Vargas. Os combustíveis são tratados como setor de segurança nacional. Aqui no Brasil o biodiesel poderá ser chamado de salvação nacional. Contudo, se não forem adequadas à realidade todas as leis, normas, decretos, portarias e tributos, o biodiesel não sairá do chão – nascerá, mas não crescerá.

Vou ser claro Presidente. O biodiesel ainda é incipiente. A produção atual é insignificante se compararmos ao nosso potencial. Com os devidos ajustes milhões de pequenas propriedades rurais podem alcançar renda suficiente para uma vida digna, os médios e grandes agricultores terão maior produtividade e renda com a produção de outras oleaginosas além da soja e o seu programa de biodiesel será um exemplo para o mundo.

Nós sabemos que alguns membros de seu governo são leitores deste site, e sabem que estamos sempre contribuindo com idéias e ações para que este programa concebido por Vossa Excelência leve energia para o mundo inteiro. Esperamos que eles lhe transmitam as idéias vindouras.

Estou confiante na consolidação do programa nos próximos quatro anos, e espero que possamos nos unir em discussões e ações para ajudá-lo a fazer deste programa um marco histórico para o Brasil e o mundo.

Atenciosamente,

Univaldo Vedana
Diretor da Biodieselbr.com

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