Usina próxima a matéria-prima ou próxima ao consumo?
// 29 novembro 2010 // Matéria-prima, Usinas
As usinas do Rio Grande do Sul, Mato Grosso e Goiás venderam 396,5 milhões de litros de biodiesel no 20º leilão da ANP, o equivalente a 66% do total de 600 milhões de litros negociados. O preço médio de venda foi de R$ 2,30 o litro.
Esses três Estados estão entre os quatro maiores produtores de soja do Brasil, possuem grandes esmagadoras de soja, estão longe dos portos e dos grandes centros consumidores. Por essas razões o preço do óleo de soja é menor. E ainda possuem benefícios de ICMS. A desvantagem desses Estados é que ficam longe dos grandes centro consumidores. Mas na prática não faz diferença, pois o biodiesel é vendido FOB na usina.
Em outra situação estão as usinas de São Paulo. Elas venderam biodiesel a um preço médio de R$ 2,26, quatro centavos por litro mais barato que as usinas do RS, MT e GO. Tem um custo do óleo de soja mais alto que os concorrentes citados acima e o Estado não concede nem um incentivo fiscal. Como estão bem próximas ao principal centro consumidor, a vantagem é o custo de entrega do biodiesel, bem menor. No entanto os leilões FOB eliminam a vantagem dessas usinas.
Este é um dos problemas mais graves do sistema de leilões FOB. Os preços beneficiam as usinas mais longe dos centros consumidores e próximas da matéria-prima. Porém em um mercado onde o frete faça parte do custo da usina, o cenário pode ser completamente diferente.
No atual modelo, usinas modernas, automatizadas, com eficiência administrativa e industrial, mas longe da matéria-prima, veêm sua competitividade se perder na logística.
Univaldo Vedana
A USINA DE BIODIESEL TEM QUE FICAR LOCALIZADA JUNTO DA MATERIA PRIMA DEVIDO A VARIOS FATORES TAIS COMO: DIFICULDADE NO TRANSPORTE E NA LOGISTICA POR PARTE DOS PRODUTORES RURAIS E DA INDUSTRIA PARA FAZER CHEGAR O PRODUTO A FABRICA, DIFICULDADE DA FABRICA EM COLETAR DE VARIOS PEQUENOS PRODUTORES, DIFICULDADE DE ARMAZENAGEM DO PRODUTO PELOS PRODUTORES, DEPENDENDO DA MATERIA PRIMA PERDA NA QUALIDADE EM DECORRENCIA DA DEMORA NA ENTREGA, ENCARECIMENTO DO FRETE PELAS CONDICOES DAS ESTRADA RURAIS, VOLUME PRODUZIDO A SER TRANSPORTADOS DE PEQUENOS PRODUTORES, DIFICULDADE DE RELACIONAMENTO DOS PRODUTORES DA MATERIA PRIMA COM A INDUSTRIA, ENFIM UMA LOGISTICA MAIS COMPLICADA DO QUE A DA FABRICA QUE SE RESTRINGE A PRODUZIR E ENTREGAR O PRODUTO ACABADO JA PRONTO SEM O EXCESSO DO PESO DA MATERIA PRIMA, EM CAMINHOES ADEQUADOS NORMALMENTE RODANDO EM CIMA DO ASFALTO COM DESTINO CERTO PARA ENTREGA DO PRODUTO, JUNTO DO CONSUMIDOR.