Metanol vs. Etanol: argumentos tendenciosos
// 02 dezembro 2009 // Biodiesel, Usinas
O Senador Gilberto Goellner (DEM-MT) foi infeliz ao pedir a sua assessoria que divulgasse seu parecer contrário a proibição do uso de metanol na produção de biodiesel. A infelicidade está nos argumentos da decisão do senador.
Ele afirmou que construir uma usina de biodiesel que utiliza etanol custa 25% mais que uma similar que utiliza metanol e ainda que o custo de produção de biodiesel com etanol simplesmente dobra em relação a produção com metanol. São afirmações jogadas ao vento sem fundamentos, possivelmente ditas ao senador por quem defende o uso do metanol. Se produzir biodiesel com etanol os custos fossem 100% maiores do que quem produz com metanol, como afirma o senador, a Fertibom de Catanduva (SP) não participaria nos leilões de biodiesel da ANP.
O senador deveria ir além da preocupação com a proibição do metanol e apresentar um projeto de isenção tributária para o etanol anidro utilizado na produção de biodiesel.
O que encarece a produção de biodiesel de etanol é a carga tributária que ele sofre na origem e o impedimento das usinas de venderam o etanol hidratado, que é recuperado no processo de produção de biodiesel.
Falta uma legislação racional para o uso do nosso etanol no biodiesel, tirando os entraves burocráticos e tributários. Hoje cobra-se ICMS e Pis/Cofins do etanol utilizado como matéria-prima e depois também sobre o biodiesel.
Com essa decisão o senador deixou a impressão que está do lado da tecnologia de produção de biodiesel importada, desprezando a tecnologia nacional com o famoso etanol de cana de açúcar.
Deveria ser considerado um crime ambiental levar o metanol por mais de dois mil quilômetros de Paranaguá até o Estado do Senador (grande produtor de etanol) para ser transformado em biodiesel.
Além disso o Brasil importa a maior parte do metanol que necessita. Este biodiesel de metanol não é 100% renovável, diminui o balanço energético e afeta nossa balança comercial.
Esta falta de visão não ajuda o desenvolvimento das pesquisas que se propõem a substituir o metanol pelo etanol.
Univaldo Vedana
Infelizmennte os representantes políticos do nosso estado realmente não se preocupam em informar-se sobre as tecnologias usadas nesse setor, ainda estão argumentando uma idéia criada na cabeça de algumas pessoas que desprezam a capacidade do Brasil ser produtor de biodiesel usando sua própria fonte de alcool. Trabalho com óleo vegetal de caroço de algodão e etanol e tenho resultados excelentes na produção de biodiesel.
Metanol é o atraso,Etanol é o novo e o que nós temos em abundância,o metanol é poluente ao contrário do etanol.É uma lástima um parecer dessa natureza.
Análise perfeita Univaldo. Meus cumprimentos. Sergio Ferolla
Realmente, é preciso que os governantes estejam inteirados não só das “politicagens” mas também do âmbito científico/químico que permeiam a nova estratégia de produção sustentável de biodiesel no Brasil! Principalmente atualizado, considerando que é preciso pessoas que entendam, por exemplo, dos projetos da petrobrás e dos impactos ambientais provocados por cada substância. “É cada coisa que se vê hein! rs”
sou a favor do uso do metanol, o parecer do senador está completamente atualizado e condiz com a realidade tecnológica.
mas é bom haver um espaço para as opiniões contrarias, embora seja um absurdo a tentativa na proibição do uso de produtos especificos na industria, sinceramente tem muito cheiro de especulação e falta de olhares criticos em setores realmente deficientes de politicas publicas. o governo nao deve se envolver com o setor privado da forma que foi colocado, ação ridícula.