‘Demônio etanol’

// 14 abril 2008 // Biodiesel

O economista americano Paul Krugmann em seu artigo da semana passada no New York Times chamou o etanol de “demônio, e listou este como uma das causas da alta dos preços dos alimentos. Em se tratando da produção de etanol americano, realmente a comparação com sinônimo de coisa ruim até cabe. Estender o problema para o restante do planeta parece ter o intuito de desviar a atenção.

A área de milho que os Estados Unidos utilizam para a produção de etanol é quatro vezes a área que o Brasil utiliza de cana e a produção é praticamente a mesma. São mais de doze milhões de hectares de milho usados para a produção de álcool. O aumento na produção de etanol ano após ano nos Estados Unidos só é possível graças aos enormes subsídios agrícolas oferecidos pelo governo federal e os créditos tributários.

Esse consumo de milho para encher o tanque dos carros afetou o estoque mundial de milho, fazendo com que o preço batesse novos recordes em 2008. Esse aumento atingiu outros grãos em cascata, ocasionando a alta dos alimentos e enfurecendo ecologistas, economistas, cientistas e pesquisadores que colocam em dúvida os reais benefícios dos biocombustíveis quanto ao balanço energético e a quantidade de insumos gastos na sua produção. As críticas ao etanol americano atingem por tabela o biodiesel de soja tanto americano, como brasileiro e argentino e o biodiesel de palma da Ásia.

Essas críticas devem ser encaradas como alertas para que nossa agricultura consiga uma produção de matéria-prima sustentável, tanto ecológica como social, não deixando margens para reclamações.

Univaldo Vedana

Catálogo do biodiesel 2010



2 Comentários em “‘Demônio etanol’”

  1. belarmino ribeiro disse:

    O demônio é Busch e sua politica de subsídios. Hoje o pepino americano é o imobiliário, amanhã será os biocombustíveis e depois de amanhã ? Esta posição é matreira demais para nossos dias.

  2. Prof.Hans-Jürgen Franke & Prof. Pengcheng Fu disse:

    O Prof. Paul Krugmann não pode demonizar a política de etanol de maneira simplificada. No caso de etanol de milho concordamos com a visão e crítica dele. Más ele deveria estudar mais o novo paradigma de ETANOL DE ALGAS. Precisamos convencer p.Ex. Obama, de apoiar um política de novos “feedstocks” para a produção de etanol, como blue-green-algae, abandonando o namoro com os produtores de etanol de corn (milho) , evitando assim uma discussaõ PRATO versus TANQUE.

    PRODUÇÃO DE ETANOL COM ALGAS
    UMA RESPOSTA À AMEAÇA DE PEAK-OIL & OIL-CRASH

    O Prof. Pengcheng “Patrick” Fu da Universidade de Hawaii (EUA) desenvolveu uma tecnologia inovativa, produzindo em escala etanol com cyanobacterias modificadas (blue-green-algae). Esta fonte nova de etanol não entra em conflito com a produção de ração e de alimentos e consome ainda CO2 no seu cultivo no sistema de photo-bio-reator de baixo custo, usando a luz solar.

    Fu já desenvolveu cepas de cyanobacterias, que produzem etanol como resíduo e ganhou uma patente mundial com a sua invenção.

    O teste no laboratório de biotecnologia em Hawaii utilizou photo-bio-reatores (PBR) com luz artificial e com luz solar. O sol funciona melhor, diz Fu. Transformando um resíduo em uma coisa útil é uma solução importante. As “blue-green-algae” necessitam somente sol e como nutrientes também um pouco açúcar, especialmente à noite no período sem insolação, usando o resultado da produção tradicional de cana, um pouco melasse. Assim temos uma solução interessante para a indústria do setor sucroalcooleiro.

    Brasil e outros países tropicais ganham deste modo uma segunda opção, processando o etanol com o novo feedstock micro-algae. Assim cana de açúcar & algas podem atender juntos a grande demanda de etanol do mercado mundial. A produtividade de algas por hectare é no mínimo 10 até 20 vezes maior do que o rendimento da cana, dependendo só da verticalização do cultivo da altura do sistema de photo-bio-reatores verticais. Assim o Brasil poderia produzir mais e mais etanol, usando menos espaço. A produção em massa de etanol com algas poderia ser realizada em grande parte no Nordeste do país, perto dos portos marítimos, estimulando assim a capacidade de exportação desta região carente.

    Um projeto nacional de produção em escala de etanol com algas seria um desafio, que necessita um projeto de Parceria Pública e Privada (PPP), envolvendo o Governo Federal, EMBRAPA, CTC – Centro de Tecnologia Canaviera, UNICA e Usinas de Álcool e Açúcar, bem como entidades como OCB e REDENET – Rede Norte e Nordeste de Educação Tecnológica e principalmente universidades, especialmente centros de pesquisa de algas (como o LABIOMAR da UFBA e o Setor de Bioenergia da FTC, ambos em Salvador).

    A tecnologia da empresa La Wahie Biotech vai ser ajustada agora para preparar uma planta experimental com alto rendimento, uma BIOFÁBRICA DE ETANOL DE ALGAS, um desafio técnico para o futuro próximo.

    Professor Dr. Pengcheng Fu possui passaporte chinês e americano, foi convidado recentemente pelo Governo da China, de estruturar em Beijing um projeto piloto de etanol de algas. A equipe da empresa La Wahie Biotech Inc. em Hawaii coordena ações da matriz da empresa start-up e de uma ONG criada, da FUNDAÇÃO LA WAHIE INTERNATIONAL.

    No Brasil está em fase de implantação uma filial em Aracaju-SE; representante é o Professor alemão Hans-Jürgen Franke, especialista em bioenergia.

    Fu começou a formação em engenharia química, depois continuou com biologia. Ele estudou na China, Austrália, no Japão e nos Estados Unidos.

    Ele trabalha também com a NASA, pesquisando o potencial energético de cyanobacterias para futuras colonizações na Lua e no Marte. Recentemente a empresa La Wahie Biotech ganhou avards e prêmios no campo de Pesquisa e Desenvolvimento. Daniel Dean e Donavan Kealoha, ambos estudantes da Universidade (law, technology and business) são parceiros de Prof. Pengcheng Fu.

    Fu diz, que a produção de etanol na base de plantações do agrobusiness como cana de açúcar ou ainda milho é bastante lenta e gasta muitos recursos. Por esta razão ele optou para as cyanobacterias, que convertem a luz solar e o nocivo dióxido de carbono na sua alimentação e deixam como resíduo oxigênio e etanol.

    Alguns cientistas pesquisam cyanobacterias para fabricar etanol, usando diferentes cepas. Mas a técnica de Prof. Fu é única. Ele resolveu inserir material genético dentro de um tipo de cyanobacterium, e agora o produto de resíduo é somente etanol, separado no circuito do sistema de photo-bio-reator através de uma membrana. Funciona muito bem, fala Prof. Fu.
    O benefício é que a tecnologia de Prof. Fu começa produzir em poucos dias grandes quantidades de etanol com custo inferior do que técnicas convencionais.

    O parceiro de Prof. Fu no Brasil – na representação da empresa La Wahie Biotech Inc. em Aracaju – Prof. Hans-Jürgen Franke – está coordenando o desenvolvimento de um sistema de photo-bio-reator de baixo custo. Prof. Franke vai articular agora projetos pilotos no Brasil.

    Com o sequestro de dióxido de carbono (CO2) a tecnologia revolucionária de produção industrial de etanol de La Wahie Biotech Inc. serve ainda, para combater o aquecimento global.

    Honolulo e Aracaju, 26 de Setembro 2008

    Contatos:
    • Prof. Pengcheng Fu – E-Mail: pengchen2008@gmail.com
    • Prof. Hans-Jürgen Franke – E-Mail: lawahiebiotech.brasil@gmail.com

    Tel.: 00-55-79-32432209

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