Biodiesel B2 – um aditivo

// 16 outubro 2007 // Biodiesel

Por Univaldo Vedana
Biodiesel B2 - aditivo

Ao contrário do que o marketing das distribuidoras de combustível está fazendo, a mistura de 2% de biodiesel ao diesel de petróleo na realidade é apenas um aditivo. Por isso deveria ser chamado de diesel com aditivo.

Nesta mistura de 2%, tecnicamente o biodiesel apenas dará maior lubricidade ao diesel, os ganhos ambientais com redução de gases são proporcionais à mistura, ou seja, muito pequenos.

As verdadeiras vantagens desta mistura obrigatória estão, por enquanto, na outra ponta, na agricultura. Criou-se uma expectativa de aumento de produção e renda. A primeira grande vantagem o produtor brasileiro já está sentindo: o aumento dos preços de todos os grãos, óleos e gorduras que ele pode produzir. Desde o início de outubro de 2006 os principais produtos agrícolas quase dobraram de preço e continuam em alta.

Outra vantagem está nas indústrias de máquinas e equipamentos. Pequenos, médios e grandes fabricantes de equipamentos para usinas de todos os tamanhos ganharam mais um setor para colocar seus produtos. Fabricantes de prensas mecânicas que nos últimos anos vendiam prensas apenas para frigoríficos moer ossos passaram a ter um grande mercado na agroindústria do biodiesel.

O apelo comercial com o nome biodiesel é forte, chama a atenção do consumidor, porém será que o consumidor sabe realmente que o que ele está colocando no tanque são 98% de diesel e apenas 2% de biodiesel?

Catálogo do biodiesel 2010



2 Comentários em “Biodiesel B2 – um aditivo”

  1. Larissa Fernanda Macêdo disse:
    26 de maio de 2010 às 9:44

    Meu caro, se o diesel fosse B100 logo de cara, acha que o Brasil teria potencial de produção inicial para suprí-lo? O processo tem que ser proporcional à produção desse combustível. Com o B2 são gastos, anualmente, milhões de litros de biodiesel, no lugar do diesel. Pode ser que você não note a pequena diferença de um carro, mas todos juntos, com certeza, fazem uma enorme diferença.
    A questão que deveria ser abordada como aspecto negativo do biodiesel é o incentivo à monocultura de grãos. Para onde irá a oferta alimentícia se o mercado mais lucrativo será o do biodiesel? ( Levando em consideração que a população crescerá e a procura tanto por biodiesel quanto por alimentos também.)
    Espero ter ajudado.

  2. Marcelo Restoffe disse:
    27 de agosto de 2011 às 13:27

    Larissa, pelo que eu entendi, esta postagem está se referindo ao marketing em torno da “mistura” B2. Concordo com ele, pois a mistura B2 não passa de um aditivo e como tal isso deve ficar claro para os consumidores.

    É claro que o B2 é melhor que o “B0”, mas a publicidade deve ser cautelosa na hora de publicá-lo.

    Obrigado.

    Bom, o que você levantou é importante,

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