Biodiesel brasileiro e argentino: diferença política e exportação de empregos
// 19 julho 2010 // Biodiesel
A Argentina é o maior exportador de biodiesel. Seu consumo interno estava previsto para iniciar em primeiro de janeiro deste ano, mas só começou efetivamente em abril com a mistura de 5%. Passados pouco mais de três meses já anunciaram a mistura B7 para a partir de setembro e até dezembro a mistura obrigatória será de 10% de biodiesel ao diesel de petróleo.
Além de biodiesel, a Argentina é também a maior exportadora de óleo de soja. Na Argentina a extração de óleo é incentivada pelo governo. Aqui incentivamos a exportação de soja em grão, por isto somos os maiores exportadores do produto. Junto com a exportação de grãos, exportamos empregos e produtos com menor valor agregado.
Um dos objetivos do governo portenho para justificar o aumento para o B10 obrigatório é zerar a importação do diesel. Já no Brasil a importação de diesel em 2010 deverá bater um novo recorde. Se o aumento do consumo continuar no segundo semestre no mesmo patamar do primeiro, as importações poderão superar os oito bilhões de litros, mesmo com os 2,4 bilhões de litros de biodiesel com a mistura B5.
Façamos uma conta: se o Brasil importar em 2010 oito milhões de metros cúbicos de diesel (oito bilhões de litros) ao preço médio dos primeiros cinco meses do ano de U$ 575,58 por metro cúbico, o valor total das importações alcançarão U$ 4,6 bilhões. Para cobrir esse valor será necessário exportar 12,6 milhões de toneladas de soja ao preço de U$ 365 por tonelada (cotação em 14/07 da Bolsa de Chicago para agosto de 2010).
Segundo a CONAB o Brasil exportará 28,8 milhões de toneladas de soja em grãos em 2010. O pagamento da importação de diesel consumirá o valor correspondente a 43,81% de toda a soja exportada se for considerado o preço da soja acima.
Não é preciso mencionar as outras vantagens de se processar a soja internamente. A impressão que fica é que emprego e renda não são problemas para o Brasil.
Univaldo Vedana
O Programa Nacional de Biodiesel, precisa ser repensado, estão somente preocupados com quantidade, mas deve-se ser focado nos aspectos politicos, tecnologicos, cientificos, industriais, economicos, sociais e ambientais.
Os os impostos, as taxações e a qualidade do nosso biodiesel tem que ser considerados e fundamentais, por esses e outros motivos o biodiesel argentino é competitivo e mais barato nesse momento economico.