Benefícios invisíveis do biodiesel

// 08 novembro 2010 // Biodiesel

Muito se discute sobre quanto custa o biodiesel. Toda essa discussão tem um objetivo: fazer o biodiesel ficar com preço igual ou menor que o diesel mineral.

Na Alemanha, por exemplo, enquanto duraram os subsídios ao biodiesel, que mantinham o preço competitivo, as vendas aumentavam, quando o subsídio terminou suas vendas despencaram.

O maior entrave nesta meta relacionada a precificação é o óleo vegetal, ou gordura animal, que corresponde a cerca de 80% do custo final. O restante dos custos são com metanol, catalisadores, mão de obra, depreciação, para citar apenas alguns. Com toda essa representatividade no custo fica impossível para o biodiesel competir no preço com o diesel de petróleo enquanto o valor do óleo vegetal ou outras matérias-primas continuar igual ou mais caro que o diesel na distribuidora ou na bomba.

Mas o preço não pode ser o principal argumento para a defesa do biodiesel brasileiro. Existem outros valores na cadeia de produção de biodiesel que não existem no diesel fóssil. O programa de inclusão desse biocombustível na matriz energética estabeleceu um viés social na produção de oleaginosas pela agricultura familiar. Incentivar pequenos agricultores custa mais caro que comprar a produção de grandes produtores. Esse custo tem impacto no preço final do produto. Ou vocês acham que o bônus exigido pelos representantes dos agricultores não tem impacto?

Outro benefício que não pode ser mensurado pelo valor na bomba é a drástica redução de poluentes, bem como o emprego e a renda no campo de pequenos e grandes agricultores.

Na hora de discutir o preço dos combustíveis é preciso colocar na mesa que o biodiesel está poluindo menos, gerando emprego e renda, e colaborando para que milhares de famílias permaneçam no campo com uma renda garantida.

Melhor seria se a inclusão social estivesse funcionando a contento.

Univaldo Vedana

Catálogo do biodiesel 2010



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