As ‘forças ocultas’ e a oficialização do B4

// 15 maio 2009 // Biodiesel

Recebi agora a informação que de hoje (sexta-feira) o Ministro Edison Lobão do MME oficalizará o B4 através de uma resolução. Isto já era esperado a algum tempo e depois de tanta discussão (aqui, aqui e aqui), é um certo alívio para as usinas que estão batendo recordes de ociosidade.

Mas porque foi tão demorado e difícil autorizar este combustível (B4) ambientalmente correto e com tantas vantagens para o Brasil?

Como diria Janio Quadros, “forças ocultas” pode ter atrasado o aumento da mistura obrigatória para o B4.

Um por cento mais de biodiesel é igual a um por cento menos de diesel. Pode parecer pouca coisa, mas para uma empresa que detem o monopólio, deixar de lucrar sobre um por cento do diesel e passar a ter prejuízo sobre um por cento do biodiesel, faz a diferença.

O presidente Lula disse uma vez “o Brasil é maior que a Petrobras” e a frase foi complementada por Adriano Pires: “muitas vezes o que é bom para a Petrobras não é bom para o Brasil”.

A meu ver não aumentar para o B4 só é bom para a Petrobras.

A balança comercial brasileira, os empregos, a renda no campo, os gases do efeito estufa, a sustentabilidade e o futuro das usinas e a poluição não foram considerados. A forma como a Petrobras lidou com a questão do diesel com menor teor de enxofre foi exemplo da postura que se repete.

Tenho a impressão que algumas vezes o Brasil fica menor que a Petrobras.

Catálogo do biodiesel 2010



6 Comentários em “As ‘forças ocultas’ e a oficialização do B4”

  1. Ananias Baracuhy disse:

    A grande dificuldade de se aumentar o teor da mistura se deve ao fato de nosso biodiesel estar muito dependente do óleo da soja,precisamos de mais de 70% de óleo de soja para fazermos a B3 e para aumentar???
    Se sabe que a soja estar com preços ascendentes no mercado internacional devido ao grande apetite do mercado chinês e agente aqui,ficar esperando pelo óleo de soja,é no mínimo uma estratégia muito errada.
    A nossa grande ociosidade das esmagadoras se deve a falta de planejamento nas instalações das usinas e nesse erro embarcou também os agentes de crédito incluindo nele o BNDEs…e agora?sem metéria prima suficiente,como é que fica?se for para soja,será um óleo de soja caro,sem soja,não tem volume de bioóleo e as esmagadoras ficam esperando por outra matérias primas que não estão chegando na necessidade que o caso requer???

  2. anderson disse:

    muito interessante

  3. Paulo Anselmo Ziani Suarez Suarez disse:

    Caro Ananias,
    Não seria o caso de usar o exemplo da Argentina e pararmos de exportar soja em grãos?????
    A Chinha importa a nossa soja, esmaga gerando empregos por lá e depois exporta o óleo para quase todo o sudeste asiático.
    Aliás, não seria a hora de alterarmos a malfadada lei Kandir???? E só eliminarmos a parte que diz “inclusive produtos primários e produtos industrializados semi-elaborados” para pararmos de subsidiar a exportação de empregos que tamto precisamos!!!!
    Atenciosamente,
    Prof. Paulo Suarez

  4. Ananias Baracuhy disse:

    Caro Anselmo Ziani:

    Me parece que o problema da soja é o seu preço sempre ascendente devido a uma demanda sempre crescente e fica longe do valor do biodiesel para pagar a conta,com valor alto,temos que procurar outras matérias-primas…
    Não me parece que esse problema se resolveria com a mudança na forma de exportar…e atualmente estamos com nosso biodiesel preso à soja pois é mais de 70%do volume de biodiesel.Só vejo uma saída,acelerarmos a produção de óleo de palma,gingelin,girassol,cambre,sebo de boi,dendê e etc…etc…

  5. Paulo Franke disse:

    Forças ocultas devem ser as (ir)responsáveis por permitir que se queime alimento nobre nos motores dos caminhões e ônibus ‘desse país’. E agora vamos queimar mais ainda. Belo exemplo o da Índia: lá se pode produzir biodiesel à vontade, desde que tenha relação zero com a produção de alimentos.

  6. weston disse:

    Tudo depende de planejamento verdadeiro, sincero, democrático, contundente, inclusive nossa produção.

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