Dendê: o que o governo deve fazer

// 08 abril 2009 // Matéria-prima

Fruto do dendê / palma

Está tomando corpo o projeto de reflorestamento com dendê em áreas degradadas da Região Norte. No final do ano passado o ministro do Meio Ambiente sinalizou com uma diminuição das exigências das rígidas normas do IBAMA para o cultivo de plantas exóticas no bioma amazônico. Agora o Mapa (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento) adiantou que sua pasta está dando os últimos retoques ao projeto.

O Mapa fala em 10 milhões de hectares a área com potencial para ao plantio de dendê no Brasil. Já um levantamento da empresa Agropalma estima em 6,2 milhões de hectares.

Neste momento deve haver uma concentração de esforços para que seja feito:
– Zoneamento agrícola
– Produção de mudas
– Estruturação do problemas de plantio, como a produção, comercialização.

– Flexibilização das normas e exigências ambientais, mas garantindo a preservação da região.

Além de um bom projeto de plantio de dendê na região Norte, que precisará ser amplamente divulgado pelo governo, é necessário apresentar a forma de financiamento, os recursos e quais serão os agentes financeiros envolvidos.

Enfim, será preciso lançar uma política agrícola pública para o dendê no Brasil estabelecendo metas, prazos, condições, regiões de plantios, linhas de financiamentos e recursos. O governo deve ser apenas o indutor, mostrar o caminho e aonde este levará. Com uma política pública séria, que inspire confiança e credibilidade, como aconteceu com a política pública do Programa Nacional de Produção e Uso de Biodiesel (PNPB).

Catálogo do biodiesel 2010



11 Comentários em “Dendê: o que o governo deve fazer”

  1. Iderlon Azevedo disse:

    Prezado Dr Vedana,

    Somos da empresa Braspalma e estamos interessados no plantio de dendê no Brasil, possuímos sementes de alto rendimento em abundancia mas temos dificuldades de identificar como se dará este programa, pois o governo não informa aos interessados que no caso do dendê tem que existir um empresário com uma usina de extração do óleo que não é produzida me pequena escala como temos para outras oleaginosas, portanto ficamos somente aguardando as decisões do governo e esperando que não seja mais um ato apenas político, pois na minha opinião o maior problema não é plantar o dendê e sim onde plantar, porque além das características climáticas e de solo que a cultura exige e ainda se tem um problema maior que é a questão fundiária, onde não se encontra terras tituladas nestes volumes em que o governo fala, nós temos disposição para projetos em módulos de 20 mil ha contínuos e estamos diminuindo pra 10 ou 8, por não encontrar áreas com estas características.

    Esperamos melhores informações sobre como será este projeto.

    Fui Diretor do Conselho de Óleo de Palma da Malásia, um do maiores produtores de dendê do mundo por mais de 10 anos e temos muitas duvidas sobre como este processo será conduzido, pois dendê para agricultura familiar somente dá certo se for com o apoio do grupo empresarial.

    Parabenizo o Dr por abrir esta discussão.

    Um abraço
    Iderlon Azevedo
    iderlon@braspalma.com.br

  2. Astrogildo Nodari disse:

    Sobre este tema, coincidentemente estou finalizando o preparo do “Plano de Agroenergia em Áreas Desflorestadas da Amazônia”. Nesse documento, reforço a tese de que a agroindústria do Dendê será, com certeza, sob todos os aspectos (social, econômico, ambiental e agronômico)a grande solução no nordeste do Pará, nos arredores da cidade de Igarapé-Açu, onde secularmente a floresta veio sendo dizimada pela tradicional agricultura itinerante.
    Aos que tenham maior interesse neste tema de grande magnitude, coloco-me à disposição para oferecer os detalhes necessários.
    Saudações.
    Astrogildo Nodari

  3. Almir Monteiro disse:

    Aonde é que o DENDÊ recupera áreas degradadas?
    Do ponto de vista comercial é uma ótima oleaginosa para o biodiesel.
    Tenham mais cuidado com certos tipos de informações, para não confundir ainda mais as pessoas desinformadas.

  4. Ananias Baracuhy Néto disse:

    A expressão reflorestamento com dendê está errada,o certo é se dizer que com dendê e outras plantas poderá se recuperar grande parte das áreas devastadas…não existe floresta de uma árvore só.
    Plantar dendê com mandioca,com banana,com pimenta do reino,com assaí e etc…deixar um colchão de mato de até 20 cm de altura sendo controlado pelo roço e etc…aí se poderá falar em recuperação.
    Não usar herbicidas que tem sido o flagelo das ocupações do serrado ,centro oeste e sul do país principalmente.O herbicida destroi a água do lençol freático entre outros malefícios.
    Se combater as pragas através da cadeia alimentar como por exemplo:controlar formiga com a presença de animais que comem formiga,assim vale para os cupins,para as brocas e etc…
    O projeto de Henry Ford foi de água abaixo porque pegou nossa seringueira que apesar de ser nativa da região,não suportou as condições climáticas quando plantada isoladas…

  5. Você sabe que o Brasil futuramente vai receber todos países que precisarem com muita caridade e carinho e dar empregos a todos vai ter muito cultivo na terra para todos, com o projeto de (reflorestamento) o plano do proálcool e Biodiesel.

  6. Astrogildo Nodari disse:

    Convalido a tese do eminente Ananias Baracuhy Néto: “… Não existe floresta de uma árvore só”. Pois aí está o pilar do grande desafio brasileiro. Relembro a todos de que, recentemente, há cerca de 50 dias, outubroo/2009, reuniram-se na Embrapa de Belém, os mais renomados técnicos e especialistas brasileiros do tema dendê, sob todos os enfoques (uso alternativo do solo, planejamento governamental, condições edafoclimáticas, políticas de mercado, etc…), em estudo completo completo. Considero esse seminário um marco histórico para a retomada dos rumos da sócio-economia da Amazônia. Prevê-se que ainda neste ano 2009 tenhamos o relatório final, de publicidade ampla e irrestrita, que servirá como livro de cabeceira para investidores do Brasil e do mundo no agronegócio da dendeicultura, a maior oleaginosa jamais vista no Planeta.
    A controvertida questão da monocultura foi tema de exaustiva discussão e análise na temática do seminário, e com certeza o advento de técnicas como o SAF (Sistemas Agroflorestais), que adota plantios de várias árvores diferentes num mesmo terreno, trará as práticas mais adequadas para a solidificação do cultivo do dendê no seu habitat mater – a Amazônia brasileira.

  7. carlos weyhe disse:

    Boa noite senhores, queria saber onde posso encontrar sementes de dendê na cidade de São Paulo.
    Obrigado

  8. Astrogildo Nodari disse:

    Sr. Carlos Weyhe,
    boa noite!
    Sou produtor de dendê no Pará há mais de 20 anos. A respeito de sementes de dendê, tenho-lhe a informar que, no Brasil, atualmente somente a Embrapa Manaus produz esse material com alta tecnologia.
    Por outro lado, caso o Sr. queira sementes de dendê apenas para paisagismo, jardinagem, então eu mesmo poderei fornecer-lhe.
    Lembro-lhe de que o Estado de São Paulo não oferece condições edafoclimáticas para a prdução de frutos de dendê em escala econômica.
    No mundo inteiro, vemos a atividade dendeícola numa faixa de +5° até -5° da latitude, a exemplo da nossa Amazônia, a Malázia, a Costa Rica, Costa do Marfim, Indonósia, Norte da Austrália, etc…
    Saudações.
    Astrogildo Nodari (dendeicultor)

  9. Carlos Roberto disse:

    Isto nunca vai funcionar neste País, pois não temos orgãos competentes para gerir um projeto desta natureza.

  10. Astrogildo Nodari disse:

    Ouvi repetidas vezes esta mesma pergunta:
    O que o Governo deve fazer?
    Minha resposta: Primeiramente, não atrapalhar! Convém que a atividade dendeícola fique a cargo do capital e da iniciativa privado, desde que, naturalmente, cumpram-se as legislações ambiental e social do País.
    Nós, brasileiros, já temos bastante experiência para sabermos que empreendimentos sérios onde o há envolvimento do Governo, acabam em verdadeiros desastres. Basta relembrarmos as centenas, ou milhares, de projetos SUDAM na Amazônia: não é demais dizer-se que nenhum prosperou. O que todos tinham em comum? Resposta: intervenção governamental. E quem tiver a oportunidade de conhecer o documento da minha autoria “PLANO DE AGROENERGIA EM ÁREAS DESFLORESTADAS DA AMAZôNIA” perceberá que não instruo ninguém a se relacionar com o Governo, sob qualquer hipótese, em empreendimentos revestidos de real seriedade.
    Jamais se adquire a autosustentabilidade de mãos dadas com o Governo. É bom relembrar a História: Os imigrantes europeus, nossos antepassados, que colonizaram e alavancaram a economia do sul do Brasil, a partir de 1890, nem sequer sabiam que aqui existia algum tipo de governo. Eram simplesmente planejadores, corajosos, e valentes trabalhadores e tudo isso fez-se de alicerce à economia e infraestrutura hoje existente. E é assim que qualquer empreendedor/investidor tem que visualisar a interação atual com a Amazônia.
    Saudações.
    Astrogildo Nodari – astronodari@yahoo.com.br

  11. […] Correspondence of  Iderlon Azevedo, director Braspalm about dendê on the blog Biodieselbr. Iderlon Azevedo disse: 9 de abril de 2009 às 22:45 […]

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