Óleos e grãos: preços futuros preocupam
// 06 novembro 2008 // Biodiesel
A crise econômica mundial aprofundou-se a partir de 15/09. Permaneceu aguda por cerca de 40 dias. Nos últimos dias de outubro começaram a aparecer luzes no final do túnel, que não eram de uma locomotiva. Ou seja, começaram a aparecer os resultados de todas as medidas tomadas a partir da metade de setembro pelos governos e bancos centrais ao redor do mundo.
Para a agricultura brasileira, o auge da crise aconteceu no pior momento possível. Exatamente nos meses de maior demanda por créditos e financiamentos para o plantio da próxima safra e o início do plantio da safra de verão. Se não bastasse isso, as cotações da soja nos últimos 60 dias caíram 30%, acompanhadas de perto pela cotação do milho. O milho ainda conta com mais um agravante para atrapalhar sua produção. A Conab estima em seu relatório um estoque de passagem de 13 milhões de toneladas de milho, o maior já registrado até hoje, que ajuda a derrubar o preço do milho e o ânimo dos produtores no plantio da cultura.
Boa parte dos produtores comprou insumos para a próxima safra a preços altos, incompatíveis com os atuais preços da soja ou do milho. Permanecendo os atuais preços o prejuízo é certo, mesmo com aumento de produtividade.
O óleo de soja acompanhou as demais commodities e caiu muito no mesmo período na bolsa de Chicago, mas não no mercado interno. Tanto a soja quanto o óleo permanecem descolados de Chicago. Hoje a soja vale em Paranaguá o mesmo preço praticado em algumas regiões produtoras e deverá permanecer assim até o início da próxima colheita.
Em tese, a queda do preço do óleo de soja e demais óleos vegetais deve animar os produtores de biodiesel, mesmo como a forte queda do preço do petróleo. No Brasil, a queda do preço do petróleo não fez diferença na bomba, já que os preços dos derivados de petróleo brasileiro não são regulados pelo mercado, mas sim por conveniências políticas. Com o barril de petróleo a U$ 147 ou a U$ 60 o diesel na bomba custa o mesmo preço.