O futuro do Pinhão Manso (Jatropha curcas)

// 18 outubro 2006 // Biodiesel

Por Univaldo Vedana

Frutos de Pinhão Manso

Somos desde 2003 os principais incentivadores e divulgadores do potencial e das vantagens do pinhão manso sobre outras oleaginosas. Nosso site www.pinhaomanso.com.br criado em 2003, foi e está sendo o grande divulgador desta planta em todo o mundo, em virtude disto, recebemos diariamente e-mails com críticas, sugestões e pedidos dos mais variados sobre o plantio do pinhão manso, são pedidos de informações vindos de todos os continentes, além de inúmeras visitas, principalmente de europeus, que vêem em busca de conhecimentos sobre a planta.

O futuro do biodiesel depende de grandes produções de oleaginosas e essas precisam de alta produção de óleo por hectare e baixos custos de produção. Aí entra o pinhão manso, uma planta desconhecida e que nunca foi pesquisada com profundidade. Temos somente alguns comentários de observadores que há anos escreveram algumas coisas sobre o potencial da planta para uma futura produção de óleos carburantes.

As orientações que passamos aos produtores que querem começar um plantio de pinhão manso incluem a falta de pesquisas e a possibilidade de no plantio em larga escala, surgirem problemas novos e um conseqüente prejuízo.

Sabemos hoje que as pequenas plantações existentes estão começando a sofrer ataques de pragas, como o mofo branco, o ácaro branco e vermelho e de alguns percevejos além da cigarrinha. Não podemos admitir que estas pragas sejam empecilhos para seu cultivo, pois são pragas perfeitamente controláveis com inseticidas e fungicidas existentes no mercado.

O que está ocorrendo no Brasil, são pequenos plantios em todos os estados brasileiros, são algumas centenas de produtores pagando para ver, visando testar o potencial da planta. Podemos dizer que estes plantios estão atropelando as pesquisas, ou para ser mais claro, estão ajudando aos pesquisadores. Estes produtores não estão preocupados com os custos destes pequenos plantios, são todos colaboradores do projeto pinhão manso.

Catálogo do biodiesel 2010



15 Comentários em “O futuro do Pinhão Manso (Jatropha curcas)”

  1. Adhemar Brandini disse:

    Seu artigo sobre o pinhão-manso demonstra a perda de memória de nossas instituições, tanto as de pesquisa quanto as de fomento a pesquisa e desenvolvimento.
    Nos idos anos da década de 1980 a FINEP, por intermédio do General Paiva Rios – grande entusiasta dos óleos vegetais e principalmente do pinhão-manso -, patrocinou projetos de produção de pinhão-manso em Serra Talhada, PE. Não obteve êxito dadas as condições climáticas desfavoráveis durante quatro longos anos. Por aconselhamento da Comissão de Óleos Vegetais, da qual eu fazia parte como representante da EMBRAPA, o Instituto de Pesquisas Agronômicas de Campinas (IAC), iniciou pesquisas com a referida biomassa em uma de suas áreas experimentais próxima de Araçatuba, SP. Eu sabia que o pinhão-manso seria produtivo, pois desde minha infância no interior do estado de São Paulo estava acostumado a ver cercas-vivas da espécie.
    O plantio do IAC foi um sucesso, pois com ele começaram a aparecer as pragas. Foi a vez do IAC entrar com outros agentes da pesquisa para estudarem de forma satisfatória o combate às pragas e doenças que se alatravam pela plantação. Tudo parece ter ido para arquivos mortos depois de 1987, quando o petróleo baixou de preços para os níveis de 16 dólares por barril e o Brasil (diga-se as instituições de financiamento da pesquisa) abandonou a linha de apoio às biomassas energéticas. O exemplo marcante disso foi a EMBRAPA encerrar seu Programa de Pesquisa de Energia (PNPE) naquele anos. Agora, com a correria para apresentar resultados ao BIODIESEL, querem instalar um Centro de Pesquisas de Energia, coisa que fora negada na década de 1980. O que sobrou foi o Programa de Dendê, com seu Centro de Pesquisas na Amazônia, mesmo assim, deixado ao deusdará! Que o exemplo do pinhão-manso, com o ataque de pragas e doenças, faça reviver a vontade dos pesquisadores e das instituições de pesquisa e de fomento para resgatarem tudo aquilo que foi cientificamente produzido há mais de vinte anos! Não há saudosismo, mas intolerância com a falta de visão de dirigentes da pesquisa deste nosso país.
    Adhemar Brandini

  2. Fernando Chaves Lins disse:

    Esse é o grande problema que se eenfrenta na solução dos gargalos que impedem o desenvolvimento sócio-econômico no nosso país. Como você, Brandini, também participei de muitos projetos que poderiam se continuados resolver impecilhos nos sistemas de produção que estavam sendo oportunizados. Recordo o Geran – Grupo Executivo para Racionalização da Agroindústria Canavieira do Nordeste que havia delineado as ações para aprimorar essa importante atividade regional; o Infaol – Instituto Nordestino para o Fomento do Algodão e Oleaginosas que cuidava de introduzir tecnologias que no passado tinham sido vislumbradas por especialistas como Henrique Sauer, Guimarães Duque, Moacyr de Brito, José Bertoni, etc. O Projeto de Capacitação Participativa, executado para difundir tecnologias junto aos agricultores familiares de algodão do Nordeste, em execução pela FAO, Asbraer, Secretarias de Agriculturas do Nordeste, Ministério da Agricultura. Todos frustados por motivos que ainda hoje desconhecemos. Lamentável… Oxalá se possa mudar isso com o maior envolvimento das organizações dos produtores como fizeram em Mato Grosso com o algodão, no Proalmat. Talvez agora no biodiesel com maior participação da iniciativa privada e as organizações dos produtores.

  3. vou plantar em bom jesus das selvas uns 2 hectares de pinhão-manso a título de experimento,visando dar outras alternativas à região,uma vez que a brasil ecodiesel está na região e o plantio aqui deve se iniciar ainda este ano.espero receber informações para ajudar nesse experimento,se conseguir uma produtividade boa e não houver ataques de pragas e doenças mais importantes acho que será uma boa,pois o solo e o clima são excelentes.quanto às pesquisas,esses sacanas dirigentes atrasam tudo,mas vamos correr atrás e descobrir o que é melhor para cada região.vadinhobraz@hotmail.com

  4. Diorgnis cabral disse:

    Interessante…estou na região nordeste do estado do Rio Grande do sul,IBiraiaras. SOu engenheiro Florestal em estágio de conclusão, sendo que estou tentanto fazer a realização e contrução de um projeto de Propriedades RURAIS SUSTENTÁVEIS,´ja achamos na localidade matrizes de tungue e perto daqui , Palmeira das Missões, de Pinhão -Manso, com uns cinquenta anos de idade , segundo relato do proprietário, tendo a perspectiva de implantação para o próximo ano.obrigado.

  5. Helio dos Santos disse:

    É isso aí companheiros,meu nome é Hélio, sou do tocantins e acredito que não devemos esperar nada dessa nossa classe política,são uns B* com “b” maiúculo. esse nosso país depende só de nós mesmos produtores e trabalhadores. nossas instituições são a própria falência múltipla.

  6. Orlando Camy disse:

    A falta de previsibilidade dos governantes e tecnocratas chega às raias do absurdo, vejam os constantes casos de deputados querendo acabar com verbas para pesquisa, com a alegação de que “não há mais nada a ser descoberto/inventado”. Existem políticas que devem ser passadas para a iniciativa privada conduzir o processo, afinal, só se mantém no mercado quem prima pela eficiência e qualidade. Por outro lado, fazer plebiscitos ou consulta popular, como dizem os demagogos, jamais deve ocorrer, pois a manipulação é muito fácil e só interessa aos falsos democratas, como Hugo Chaves!

  7. Prof. Ely disse:

    Estou lento todas as piblicações que me enviaram e, motivado adivulgar o m´ximo possível, principalmente para meus alunos de agronomia, da FAZU em Uberaba.
    Gostaria que esta não sejam interrompida. estarei sempre em contato.
    Abraços.

  8. O Pinhão-Manso no Estado da Bahia
    As primeiras unidades de observação sobre a cultura do pinhão-manso no Estado da Bahia foram instaladas em 2006 nos municípios de Amélia Rodrigues, Irará, Alagoinhas, Ribeira do Pombal e Irecê. À exceção de Irecê, que fica localizado na região Semi-Árida, os demais municípios ficam situados nas regiões do Recôncavo Baiano, Litoral Norte e Nordeste do Estado.As condições climáticas são bem contrastantes, sendo que o período chuvoso em Irecê tem inicio no mês de outubro e finaliza no mês de abril. Nos demais municípios citados as chuvas ocorrem durante todo o ano, com maior concentração no período de abril a julho. As sementes utilizadas nas unidades de observação foram procedentes do Perímetro Irrigado de Janaúba, Minas Gerais. O comportamento das plantas é bastante distinto de uma localidade para outra, sendo bastante expressivo no município de Irecê, em virtude da maior fertilidade dos solos. Neste município o pinhão-manso transplantado no mês de maio de 2006, com cerca de 25cm, em janeiro de 2007 as plantas já apresentavam altura de 1,60m, com algumas delas iniciando o processo de florescimento. Em Irecê, Amélia Rodrigues, Alagoinhas e Irará ainda não houve ataque de pragas e de doenças. Mas em Ribeira do Pombal foi constatada uma mortandade de 30% das plantas, cujos agentes causais ainda não foram identificados. As plantas foram encaminhadas para laboratórios para identificar os agentes causadores das mortes. Tudo indica que se trata de fungos de solo, pois o sistema radicular é totalmente destruído, tombando a planta. Ao tocar o solo, a planta emite raízes, a partir do caule, e continua sobrevivendo, mesmo precariamente. Tem-se observado, também, uma heterogeneidade muito grande em relação à iniciação floral. Outro aspecto extremamente importante, é que se trata de uma planta muito exigente em boas condições de fertilidade de solo para produzir bem. Em solos pobres, como as Areais Quartzosas álicas de Ribeira do Pombal, o seu desenvolvimento é bastante prejudicado. Qualquer melhoria nas condições de fertilidade de solo, provoca um desenvolvimento notável da planta, que mostra ramificação mais abundante e um desenvolvimento bastante expressivo.
    Vamos continuar observando o comportamento das plantas nas unidades de observação e acompanhando as lavouras já existentes no Estado da Bahia. Como se trata de uma lavoura nova, pesquisadores, extensionistas e produtores vão aprender juntos a manejar essa planta, objetivando otimizar o seu uso, pois, ao que tudo indica, trata-se de uma boa opção para a agricultura familiar e uma importante alternativa para a diversificação dos cultivos nas pequenas propriedades.

    Benedito Carlos Lemos de Carvalho
    Pesquisador

  9. Aguimario Alves disse:

    Plantei 1 alqueire de Pinhão Manso na região de Londrina .Pr.,e montei um viveiro de mudas de pinhão manso para 100.000 mudas para vender, e acredito no potencial desta nova cultura .

  10. Estou a pensar instalar esta planta numa das minhas propriedades em Portugal.
    Penso que poderei fazer uma primeira experiência em cerca de 5 hectares.
    Mas antes disso gotaria de estudar a cultura com certo cuidado.
    Será que há alguém ou alguma Instituição que me possa ajudar a estudar o assinto?
    Cumprimentos, Antonio Vasco de Mello.

  11. regina disse:

    Sou Doutoranda na cidade de Buenos Aires,Pretendo defender miha tese em Bioenergia,e estou interessada em conhecer o pinhão manso e todas as fontes de pesquisa utilizadas no Brasil e em outros países. Regina

  12. Ricardo Pereira Veras disse:

    Caro Antonio Mello, sou Mestrando na UFCG, estou trabalhando com dois experimentos de pinhão manso utilizando duas formas de irrigação uma com água Residuaria e outra com stresse salino, ambas estão produzindo satisfatoriamente apezar de serem muito jovens, posso lhe ajudar em relação a obtenção de conhecimento sobre a cultura, mas ainda não se sabe muito sobre ela, porem o que sabemos e que com o passar do tempo a mesma será uma das principais fontes de alternativa energetica mundial.
    rpveras@oi.com.br

  13. Fco Aliomar Albuquerque Feitosa disse:

    Tenho recebido pedidos de informaçes sobre o Pinhão de pessoas de outros Países e do Brasil. Alguns fatos preocupam. O mais importante é o Modismo – o Pinhão pode ser considerado a “bola da vez”. Na minha vida ( 55 anos dedicados à agricultura) já fui testemunho de muitos “programas” de governo somente de fachada. O Pinhão pode cair no mesmo buraco da propaganda rápida. Depois, por motivos técnicos, cair no esquecimento, ou ser substituido por outra planta. Ora, o Pinhão é e poderá ser uma grnade fonte de energia renovável. Mas, se não for dentro de um projeto claro, tecnicamente correto, e discutido com todo o segmento rural, será um fracasso total. Temos, antes de mais nada, que definir o sistema de produção do Pinhão. Definir todos os parâmetro técnicos e econômicos da cultura. Neste País são poucos os Técnicos que possuem conhecimentos suficientes para dar garantias técncias aos produtores, sobre o cultivo do Pinhão. Serve de exemplo o fracasso da Mamona no Ceará. É necessário que se discuta exaustivamente sobre o Pinhão, uma discursão aberta, ampla e com base técnica e econômica.

  14. walda veloso disse:

    Estamos iniciando um projeto com uma instituição internacional e precisamos levantar em toda a America do Sul as áreas com cultivo da Jatrofa Curcas, gostaria de saber as coordenadasdestes cultivos. Agradeço muito esta ajuda.
    Walda Veloso

  15. Quando eu era criança, lembro que nos colhia sacos deste pinhão e minha avó fazia sabão. Ficava muito bom até era usado para tomar banho.
    Belesa

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