Diesel renovável: biodiesel de segunda geração

// novembro 25th, 2009 // Biodiesel, Pesquisas

Diesel renovável, biodiesel de segunda geração

Diesel renovável, biodiesel de segunda geração

A minha última coluna foi dedicada ao 2º Congresso Internacional de Biodiesel, que aconteceu em Munique, Alemanha. Como comento nela, os europeus estão bastante empolgados com o chamado biodiesel de segunda geração, ou simplesmente “diesel renovável”.

São classificadas como “diesel renovável” misturas de hidrocarbonetos que podem ser obtidas pelo craqueamento ou hidrocraqueamento de óleos e gorduras ou ainda pelo processo BTL, sendo neste último utilizado como matéria-prima resíduos agrícolas, como palhas, bagaços, cascas, folhas, etc.

A empresa finlandesa Neste Oil inaugurou recentemente a sua segunda unidade com capacidade de produção de 170 milhões de litros ao ano e está em fase de construção mais duas com capacidade de 800 milhões de litros ao ano.

A aposta dos europeus no diesel renovável se deve ao fato de que a capacidade de produção de óleo de colza não é suficiente para atender a demanda de biodiesel e que existe necessidade de utilizar matérias-primas disponíveis em escala e à baixo custo.

Este assunto é bastante controverso e muitos pesquisadores e empresários brasileiros são bastante resistentes a incluir esse biocombustível alternativo à nossa matriz energética. Eu sempre tenho defendido que há espaço para o biodiesel e o diesel renovável. Até porque o biodiesel poderá contribuir para melhorar algumas propriedades não adequadas do diesel renovável, como a sua baixa lubricidade que provoca desgaste mecânico.

Paulo Suarez

Catálogo do biodiesel 2010



10 Comentários em “Diesel renovável: biodiesel de segunda geração”

  1. Augusto Sampaio disse:

    Concordo com o Paulo, no entanto vejo algumas barreiras para implementação do diesel renovável no Brasil. E vai além da falta de regulamentação. Me refiro ao interesse de empresários. Desconheço no país iniciativa que prevê produção de diesel renovável, com exceção da Amirys com seu diesel de cana.

  2. Paulo Anselmo Ziani Suarez Suarez disse:

    Caro Augusto,
    Alem da Amirys, a Petrobrás com o H-BIO também é um exemplo de tentativa de implementação de diesel renovável no país. Mas concordo com você, além da falta de regulamentação é pequeno o interesse de vários setores envolvidos no biodiesel em desenvolver o diesel renovável no país.

  3. Claudio Bach disse:

    Não acredito que o Brasil esteja pronto para incluir mais um novo combustivel em sua matriz. O biodiesel ainda não está maduro o suficiente e sem dúvida um diesel renovável é um concorrente direto do biodiesel.
    A pergunta é a que preço a Neste está fezendo seu diesel renovável? é mais barato que o biodiesel? Duvido…

  4. Paulo Anselmo Ziani Suarez Suarez disse:

    Caro Claudio,
    Se pensarmos, por exemplo, no H-BIO a PETROBRAS comunicou em 2006 que estaria pronta para incluir até 20 % de fonte renováveis na produção do diesel!
    Por outro lado, não acredito que uma empresa privada como a Neste estaria operando duas unidades e construindo mais duas com quase 5 vezes a capacidade das atuais se o processo não fosse viável!

  5. Augusto Sampaio disse:

    Tem espaço para uma infinidade de energias renováveies, elas realmente não são concorrentes e sim complementares. Porque se pensarmos que o Brasil com essa enorme área e a imensa diversidade, fica claro que temos que aproveitar. Ampliar o leque de fontes alternativas nesse caso é bem vinda para a segurança energética.

    O H-Bio da Petrobras vai hidrogênio e isso acaba encarecendo muito o processo.

  6. Hernani Sá disse:

    Biodiesel, HBIO, Hidrogênio, etc.

    A complicação é importante para evitar que você seja um produtor de suscedâneos para os combustíveis fósseis.
    É antidemocrática!
    O BIODIESEL, favorece aos usineiros poderosos(aumenta o mercado para o álcool), às distribuidoras(que acham que perderão mercado).
    O HBIO fvorece a perobrás; não importa o custo que é pago por VOCÊ( o biodiesel fez o preço do diesel que era quase metade da gasolina, agora está quase igual.
    Porque não os OVNs que você pode produzir?

    É tudo traição à nação brasileira; governos democráticos? Só rindo.

    Bom dia para todos.
    Hernani de Sá

  7. Cardoso Filho disse:

    Bom dia. É dificil argumentar sem termos custos de produção disponíveis para análise. Se considerarmos que Petrobrás repassa aos distribuidores, que repassam para os postos, que repassam para o consumidor final todo aumento de custo proveniente do acrescimo do biodiesel ao diesel, são estes consumidores que estão financiando este programa. Em janeiro com o B5 sobe de novo o preço. Estão ( ou estamos ) pagando em prol de seus (nossos ) filhos e netos.

  8. Ora pois, pois, ainda não resolvemos nem a questão do biodiesel no simples processo de transesterificação, que continua como grande gargalo a materia prima, imagina só, qual o empresario vai se aventurar em investir seu dinheiro no diesel renovavel.
    Qual a eficiencia? Qual a viabilidade economica? Temos tecnologia suficiente para essa inovação? O processo é barato? tudo o que é bom para a Europa é bom prara o Brasil?
    Vamos prá pesquisa básica primeiramente, né?
    Favor responder estas provocações…
    almirmonte@cetene.gov.br

  9. Paulo Anselmo Ziani Suarez Suarez disse:

    Caro Almir,
    Se procurar informações sobre o que está acontecendo fora do Brasil, verá que muitas empresas grandes já estão investindo em diesel renovável, incluindo grandes do ramo do petróleo. A pesquisa já está além da básica, várias indústrias de porte já estão em funcionamento na Europa e Estados Unidos.

  10. Robis D. Rosa disse:

    Meus amigos,
    Se vai ser viável ou não o processo só saberemos após uma análise adequada de todas a fases do processo comercial de produção.E para isso convém desenvolver o processo em escala de laboratório e talvez em escala piloto. Assim já garantiríamos, de certa forma, a tecnolgia para o futuro. O que não podemos é fechar as portas para alternativas neste segmento, como fizemos no passado em outros segmentos.
    Assim como estamos pesquisando o Etanol de 2º Geração, o celulósico, porque não investigar processos viáveis de produção de diesel de 2º geração?. Precisamos ter as cartas na manga (tecnologia) para eventuais necessidades futuras, ganhando tempo e reduzindo futuros investimentos.

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