Biodiesel de palma: crescendo firme
// 07 abril 2009 // Matéria-prima
Nesta semana estou visitando a Nubras, empresa de biodiesel no estado do Pará, cidade de Tailândia. Planta com capacidade instalada de 12 mil ton/ano, iniciando plano de expansão para 25 mil ton/ano. Estive com Rafael Braz e Pedro Abi-Saber conhecendo esse interessante projeto.
Como anunciado nessa segunda-feira (06/04/09) pelo site BiodieselBR, há uma grande expansão do dendê na região. Antes de chegar na Nubras passamos nos plantios da Biopalma, em Moju-PA. A propriedade fica bem próxima ao plantio da Agropalma. A quantidade de mudas anunciada na entrada da fazenda já daria para pelo menos 15 mil hectares de dendê.
O dendê é também a matéria-prima da Nubras. Como trata-se de uma cultura de alta produtividade e com colheita manual,o binômio emprego e renda no campo é contemplado em sua plenitude. Não tenho dúvida que esses projetos ajudarão a mudar a triste realidade de pobreza dessa região do país.
Não posso deixar de falar também na qualidade do produto. Ensaios realizados no Greentec-UFRJ mostram que o cetano de biodiesel de palma fica na faixa de 65-70 (o diesel de petróleo raramente supera o valor de 50). Observem a coloração bastante avermelhada do produto da Nubras. Essa é uma de suas principais vantagens. A cor vermelha é devido ao alto teor de carotenóides, anti-oxidantes naturais. Isso confere a esse biodiesel uma estabilidade oxidativa muito maior que o biodiesel de soja. Na prática, em condições normais de armazenamento, o biodiesel de palma suporta muito mais tempo de estocagem que os demais tipos de biodiesel.
Independente de qualquer inovação, a cultura da palma é bastante rentável. De qualquer modo algumas novidades estão surgindo prometendo interessantes consórcios. A exemplo da cana, a cultura do dendê gera grande quantidade de biomassa (bagaço) permitindo, através de caldeiras a biomassa, autonomia energética para toda a extração de óleo e, dependendo da escala, venda de energia excedente. Embora o CO2 gerado nas caldeiras seja renovável, no futuro, esse será um valioso insumo para produção de algas. Trata-se de um CO2 praticamente isento de óxidos de enxofre ou outros contaminantes, permitindo o uso direto sem a etapa de lavagem. A produção integrada de palma/micro-algas poderá ser um “case” interessante na família dos chamados “cultivos bioenergéticos”.
Para ver mais fotos vejam a galeria
Grande Donato Aranda,
Parabéns pelos seus breves, claros, ilustrados e focados comentários, sempre em prol de nosso biodiesel, em cuja história você já tem lugar de grande destaque (mas é só o começo). Parabéns iguais ao Vedana por abrir esse espaço e também por seus ilustrativos escritos. Temos dois grandes craques num só clic !!!
Abraço,
Accarini
Parabenizo também aos envolvidos na criação deste espaço de grande importância. Aos ‘blogueiros’ sucesso e espero que não se cansem de escrever tão importantes textos como o desta experiência com o dendê.
Ainda mais na amazônia onde já é de longa data o descaso da Embrapa com esta planta através de sua unidade de pesquisa no campo do rio urubu.
CARO DONATO. PARABÉNS PELA CORRETA E BRILHANTE DESCRIÇÃO DO BIDODIESEL DE ÓLEO DE PALMA. ACESSOREI A NUBRAS COMO CONSULTOR TÉCNICO NO DESENVOLVIMENTO E IMPLANTAÇÃO DA TECNOLOGIA DE PRODUÇÃO, ATRAVÉS DE UM CONTRATO DE 3 MESES. NESTE PERÍODO COMO REZAVA O CONTRATO IMPLANTEI O PROCESSO JUNTAMENTE COM O PEDRO E APOIO LOGÍSTICO DO REAFEL E TAMBÉM FORMEI E TREINEI A EQUIPE DE PRODUÇÃO. TRABALHO NESTE SEGMENTO A VÁRIOS ANOS E NESTE TEMPO IMPLANTEI PROCESSOS DE PRODUÇÃO DE BIODIESEL COM OS MAIS VARIADOS TIPOS DE MATÉRIAS PRIMAS ENTRE ELAS O ÓLEO ÁCIDO DE SOJA.
FICO FELIZ POR SUA AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DO BIODIESEL DE PALMA.
ABRAÇOS
Fico feliz em saber que já estão indo para a amazônia com projetos viáveis pois o dendê é planta que se adapitou muito bem por lá e é uma oleoginosa por excelência.
Existe,na minha opinião,a necessidade de se plantar o dendê consorciado com pelo menos mais duas plantas,a mandioca,o palmito,a castanha do pará,a banana,por exemplo,e o argumento é que não existe floresta de uma árvore só…plantação somente de dendê vai cair no erro da monocultura que historicamente é comprovado que trás grandes problemas fitosanitários em futuro próximo,a boa técnica agronômica sugere que se faça plantio com mais de duas espécies porque fica mais fácil de combater as pragas e doenças além de se criar um colchão de gramineas para a proteção do solo,nunca pensar em herbicidas e etc…apenas roçar o mato.
Espero que acertem nas técnicas agronômicas,quem duvidar,leiam um pouco sobre as seringueiras de Henry Ford e vejam no que deu…
Caro Donato,
Estou desenvolvendo um projeto de pesquisa sobre o biodiesel de dendê e gostaria se pode ajuda com esse projeto?
Prezado Donato Aranda,
Estive pesquisando sobre Dendê para meu trabalho de conclusao de curso (monografia-TCC) e por varias vezes encontrei voce relacionado a essa cultura. Gostaria de solicitar, se voce dispuser de material, inclusive fotos, algumas informaçoes sobre produção de mudas, visto que, montamos um projeto nesse sentido.
Grato.