Perplexidade: Só B3?
// 14 maio 2009 // Programa nacional
Perplexa! Dessa maneira a comunidade brasileira do biodiesel recebeu neste dia 13 de Maio os números do 14º Leilão que trazem grande preocupação para o setor. Um dia tão importante na história do Brasil merecia notícias melhores do que as deste ano de 2009.
O valor máximo anunciado de R$ 2.360,00 por metro cúbico, igual ao do leilão passado, já seria suficiente para tornar o dia um tanto amargo. Sim, pois o preço do biodiesel está diretamente atrelado ao preço da matéria-prima, óleo de soja, principal indexador do mercado de óleos e gorduras. No leilão passado, o preço do óleo de soja estava em queda, somatório dos efeitos de quedas generalizadas nas commodities e início da safra de soja. Agora vivemos exatamente o oposto. O indexador universal das commodities, o petróleo, volta a beirar os US$ 60 por barril. Consequência lógica: O preço do óleo de soja já beira os R$ 2 mil a tonelada. Para piorar, o período de entrega desse leilão coincide exatamente com o fim da safra da soja, ou seja, dificilmente haverá alguma margem positiva.
A segunda notícia preocupante é o significativo aumento de capacidade de grandes empresas do setor, conforme anunciado pelo site BiodieselBR. Mérito para essas empresas que acreditam no biodiesel. O problema é a super oferta de um produto sem a certeza de qual será o blend mínimo obrigatório no curto e médio prazo.
E exatamente nesse tema, tivemos a pior notícia do dia. Ao contrário de toda a expectativa que havia entre os produtores, distribuidores e mesmo agentes do governo envolvidos no PNPB, o volume anunciado para o 14º Leilão é de 340 milhões de litros, o equivalente apenas ao B3 no 3º. Trimestre. São mais de 110 milhões de litros a menos do que todos imaginavam para o leilão do dia 26 de Maio.
Um Programa tão elogiado internacionalmente, gerador de empregos como nenhuma outra atividade semelhante, num período de crise econômica e ameaça de recessão. Um Programa com enormes vantagens ambientais, única alternativa concreta de redução imediata de emissões de enxofre e fumaça negra nas grandes cidades, única alternativa concreta imediata de mitigar as despesas de importação de petróleo e derivados. Em 2008, o país gastou mais de cinco bilhões de dólares com importação de diesel, quase seis bilhões de litros de diesel importados, no período.
Como diz o nosso mestre Expedito Parente, quanto custa não produzir o biodiesel?
Nesse momento, quanto custa não estabelecer o B4 agora?
Pecados omissivos como esses não se justificam. Felizmente, a Princesa Izabel fez do “outro” 13 de Maio, um dia emblemático de coragem e justiça.
Esperamos que o espírito libertador do dia 13 de Maio ainda traga reflexões sobre os números acima. Ainda há tempo para que as distorções sejam “abolidas” e daqui a 13 dias possamos ter um Leilão a altura desse país.
Realmente ficamos perplexos com as últimas noticias sobre o percentural de mistura e o valor do leilão. Não seria hora de o governo estimular a produção de um produto que gera emprego no Brasil? Temos capacidade, tecnologia, gente preparada, matéria prima, investimentos sendo feitos, e no entanto o que percebemos é uma outra parte puxando a corda ao contrário.
Gualter
EXCELENTE COMENTÁRIO. RETRATA EXATAMENTE A FORMA COMO O SETOR DE PRODUÇAO DE BIODIESEL RECEBEU A NOTICIA REFERENTE AO PRÓXIMO LEILAO. O GOVERNO IMPLANTOU O PROGRAMA, CONVOCOU OS EMPRESÁRIOS À INVESTIR E HOUVE PESADOS INVESTIMENTOS RESULTANDO EM 65 USINAS, 10 EM AMPLIAÇAO E OUTRAS 5 EM FINAL DE CONSTRUÇAO COMO A BIONASA EM GOIÁS.
O B4 É FUNDAMENTAL PARA A MANUTENÇAO E CONSOLIDAÇAO DO PROGRAMA DE BIODIESEL NO BRASIL.
O ATRASO NA IMPLANTAÇAO DO B4 LEVARÁ VÁRIAS EMPRESAS A ENFRENTAR DIFICULDADES FINANCEIRAS E ATÉ FALIR.
PARABENS PELO ARTIGO.
JOAO BATISTA CARDOSO
BINATURAL
O Prof. Donato está coberto de razão, como ambientalista vejo a situação do ponto de vista da economia de emissão dos gases do efeito estufa. Só por isto já poderíamos justificar internacionalmente qualquer adição extra na utilização de biodiesel.
No lugar de 1% do poluente diesel seria 1% do carbono zero biodiesel.
Considero brilhante a explanação feita sobre o tema pelo respeitado Comendador Donato Aranda. A notícia referente ao valor do leilão e ao percentual de mistura nos faz como pesquisadores envolvidos e atuantes na área parar, refletir sobre os questionamentos citados no texto do Comendador : “quanto custa não produzir o biodiesel ? Nesse momento, quanto custa não estabelecer o B4 agora?”
De uma coisa temos certeza e concordo com o Sr. JOAO BATISTA CARDOSO : “O B4 É FUNDAMENTAL PARA A MANUTENÇAO E CONSOLIDAÇAO DO PROGRAMA DE BIODIESEL NO BRASIL.”
Adriana Almeida Silva
Pesquisadora Líder CPTECH
[…] Prof. Donato Aranda no último texto do seu blog foi pontual e preciso ao fazer a pergunta que dá título a este post. Vou rapidamente tentar responder com números esta questão e elucidar economicamente as vantagens […]
Prof. Donato Aranda sigo de cerac el caso Brasil ya que en Mexico donde yo vivo es poco lo que se ha realizado en este sentido. En este momento estamos organizando una inversion para que en 2 anos estemos en posibilidad de produccir 16 millones de litros anuales, estamos de acuerdo que la mejor manera de participar del gobierno y es con la obligatoriedad de la mezcla, situacion que en Brasil se esta presentando igual que en EUA, pero de igual forma el que este programa sea lo suficientemente flexible para abanzar como lo hacen los que arriesgan su inversion es importante para que el exito sea pleno.
Le felcito por su trabajo y espero tener mas noticias suyas en el futuro.
Salvador Rosas Pelayo
Guadalajara Jalisco mexico
[…] oficalizando o B4. Isto já era esperado a algum tempo e depois de tanta discussão (aqui, aqui e aqui), é um certo alívio para as usinas que estão batendo recordes de […]