Ritmo Chinês de Crescimento no Amazonas

// 30 abril 2009 // Biodiesel

Poluição na cidade chinesa de Guangzhou

De acordo com os dados da ANP (Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis) nos últimos cinco anos, as vendas de diesel para distribuidoras na Região Norte do Brasil tiveram um aumento de mais de 33%. Em 2008 foram cerca de quatro bilhões de litros contra três bilhões de litros em 2003. Esse aumento expressivo em apenas cinco anos já era de certa forma esperado sabendo-se que o consumo de diesel, de certa forma, parametriza o crescimento econômico, algo que o IBGE já vem apontando há anos, trata-se da Região que mais cresce no país.

Se tomarmos o estado do Amazonas, os números são ainda mais impressionantes. O estado passou de 500 milhões de litros de diesel em 2003 para aproximadamente 750 milhões de litros em 2008, cerca de 50 % de aumento das vendas em apenas cinco anos!

Fora isso, o consumo de diesel para geração elétrica é muito grande no estado. Mais de um bilhão de litros/ano, sendo cerca de 800 milhões de litros só na região de Manaus.

Sim, os números do crescimento do Amazonas são de dimensões chinesas. É muito importante que esse crescimento fabuloso não adote os números chineses de poluição, sobretudo de emissões de gases poluentes. As cidades chinesas de Linfen e Tianying encabeçam a lista da revista Time de cidades mais poluídas do mundo, onde a aparência de “fog londrino” é uma fórmula mortal de gases como óxidos de enxofre, monóxido de carbono, particulados e moléculas poliaromáticas cancerígenas.

Pois a queima de diesel derivado de petróleo “pulveriza” sobre o estado do Amazonas cerca de seis mil toneladas de óxidos de enxofre por ano, a maior parte concentrada sobre a região de Manaus. Esses óxidos de enxofre são transformados em ácido sulfúrico ao primeiro contato com qualquer fonte de umidade. Pode ser água da chuva (chuva ácida), a umidade da nossa pele ou nosso sistema respiratório.

Essa corrente ácida abre caminho para os particulados cancerígenos responsáveis por males ainda maiores à saúde.

A adoção de B20 (20% de biodiesel misturado ao diesel) na frota de veículos do estado seria uma atitude simbólica exemplar. O teor de enxofre no biodiesel é zero! Assim, B20 significa 20% menos de enxofre e de óxidos de enxofre na atmosfera, 13% menos de monóxido de carbono e de material particulado e 20% menos poliaromáticos cancerígenos.

Além das vantagens ambientais esse gesto teria impactos sociais interessantes. A Região Norte é importadora de diesel e uma demanda maior de biodiesel traria empresas do setor para o estado, gerando empregos de forma sustentável. Um projeto como esse possui a grandeza da Amazônia e merece todo o nosso apoio.

Catálogo do biodiesel 2010



Um comentário em “Ritmo Chinês de Crescimento no Amazonas”

  1. Ananias Baracuhy Neto disse:

    Esse incentivo de se colocar em uso a B20 lá na amazônia é muito elogiável,aonde podermos diminuir a poluição que façamos com urgência.
    Esse comentário vem mostrar que os biocombustíveis são sim,muito menos poluidores do que o diesel de petróleo ao contrário de vários comentários que já li neste site aonde eles tentam dizer que o biodiesel pode causar grande frustração pois são tão poluidores quanto o diesel de petróleo…eu sei que a fonte dessas inverdades surgem lá na Côrte do Rei Petróleo aonde tem grandes figurões com curriculo bem enfeitado proveniente de várias universidades bem festejadas,ganhandos gordos salários e eles tentam disseminar tamanha mentira.A mais recente foi dizer que os biocombustíveis são exaladores do N2O (Óxido Nitroso),agente 20 vezes mais poluidor do que o CO2 e etc…e tal.Tratá-se de uma meia verdade que para o leigo fica difícil de avaliar aonde estar a verdade de uma afirmação dessa…se sabe que no processo de Fixação Biológica do Nitrogênio (FBN) se resolve esse inconveniente.Essa defeza foi feita por técnicos da EMBRAPA.

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