Por uma Universidade mais Octaviana
// 15 junho 2009 // Pesquisas
Incrível o clima de comoção no meio científico com a perda do insubstituível Octavio Antunes. Não me lembro de nada parecido!
Conheço vários professores que ainda choram pela perda irreparável, outros ainda um tanto atônitos, sem falar nos alunos que conviviam diariamente com aquele paizão que repreendia porque amava. Na verdade, mesmo os seus erros eram, na maioria das vezes, por “excesso de amor“ para com as pessoas. Tanto no excesso de paternalismo como no excesso de repreensão. Mas, Ele repreende aquele a quem ama (Provérbios 3.12)
Agradeço a todos os comentários, todos, sem exceção, escritos com a alma. Totalmente.
Muitos outros não foram públicos através do blog. Foram feitos através de emails ou telefonemas cheios de emoção. Professores Eméritos como Carlos Augusto Perlingeiro da UFRJ, amigos também eméritos como o Prof Claudio Dariva da UNIT, o Prof André Ramos da UFS, o Prof Lucinho da UEM, industriais como Geraldo Martins da Fertibom, entre muitos outros que me ligaram e escreveram. Ainda nesse domingo, duas semanas depois do acidente, um grupo de empresários americanos do biodiesel com lágrimas nos olhos me confidenciava seu inconformismo com a perda de Octávio. Mesmo as pessoas que pareciam as mais frias, mais insensíveis, retiram a máscara e rendem-se a emoção quando falam daquele sujeito tão carismático, tão… OCTAVIANO.
Entre os comentários feitos no blog, não posso deixar de dizer o carinho e admiração que ele possuía pelo Sugaya da Petrobras. Do mesmo modo, via com grande motivação e esperança o envolvimento do Oscar Chamberlain conduzindo a petroquímica no Cenpes.
Róbson Monteiro lembra algo que, por meu ato falho, foi omitido do post anterior. Falar de Octávio sem falar da ácida crítica com que ele se referia a mediocridade e arrogância do meio acadêmico é mesmo imperdoável. É dever de todos seus amigos e discípulos combater esse mal, sobretudo no Brasil. Apesar de marxista, Octávio comungava de idéias semelhantes ao filósofo Olavo de Carvalho, autor de “O Imbecil Coletivo“, entre outros textos que tornam explícitas as mazelas da universidade brasileira. Prova de que essas críticas possuem um fundamento independente de qualquer tipo de ideologia.
Adelaide, as aulas que tive com você e o Octávio, juntos na mesma sala, na disciplina “Setores da Indústria de Processos Orgânicos” são I-N-E-S-Q-U-E-C-Í-V-E-I-S ! Graças a vocês dois e seus colegas de turma, Nei Pereira Jr. e Eduardo Falabella, venho cursando continuamente a disciplina de “Processos do Bem”. Graças a Deus por vocês! Nesse curso o Octávio, suas frases, sua postura, seus ensinamentos, ainda nos traz e seguirá trazendo aulas magistrais. Hoje, sempre! Amém!
Alguns textos sobre o mestre:
http://www.portaldosfarmacos.ccs.ufrj.br/perfis_otavioceva.html
http://www.noticiasdesergipe.com.br/materias.php?codmat=1188&codcol=12