Novidades e Oportunidades no Congresso Mundial de Engenharia Química
// 26 agosto 2009 // Pesquisas
Ao longo dessa última semana de Agosto estou participando do “8th World Congress of Chemical Engineering” em Montreal, Canadá.
Ao comparar com eventos semelhantes de 10 anos atrás, algumas mudanças parecem claras.
Os chineses que participavam nos eventos científicos uma década atrás eram quase todos alunos de doutorado ou pós-doutorado de universidades norte-americanas e européias. O mesmo aplicava-se aos indianos. Atualmente, a maioria dos chineses são de universidades e centros de pesquisa chineses. Interessante observar essa mudança em sincronia com os números da economia desse país. Já os atuais alunos de pós-graduação das universidades norte-americanas continuam sendo estrangeiros. Uma grande onda de paquistaneses, egípcios, iranianos e outros alunos de origem árabe estão cada vez mais presentes, apesar de todas as restrições oriundas do 11 de setembro. Alguns alunos latinos e africanos começam a ser mais notados também.
O evento é gigantesco. Milhares de participantes. Para se ter uma idéia, são 40 sessões em paralelo. Quarenta diferente salas com cerca de 20 palestras por dia, em cada uma delas. Logicamente, ocorre um tremendo entra-e-sai de salas, inevitável. Ainda não tenho números exatos, mas cerca de 25 a 30% dos trabalhos tem alguma relação da engenharia química com o meio-ambiente, com tratamento de efluentes, com bioprocessos, com energias alternativas e com biocombustíveis.
Muitos trabalhos na área de biodiesel. Algas, óleo de peixe, catalisadores heterogêneos, hidroesterificação, análises de ciclo de vida, aplicações da glicerina. Entre outros biocombustíveis, o bio-butanol recebeu certo destaque. Também obtido a partir de carboidratos através de fermentação aceto-butírica. Esse processo utiliza o microorganismo Clostridium ao invés de levedura. O butanol possui um poder calorífico maior que o etanol, além de ser menos volátil. No Brasil, esse processo já está sendo utilizado por pelo menos uma usina de etanol. Outro processo que vem recebendo enorme destaque nesse evento é a pirólise de biomassa para produção de bio-óleo. Uma empresa canadense apresentou um aparato móvel, apto para transformar cerca de 200 kg/h de biomassa em 120 litros/hora de bio-óleo para aplicações estacionárias. Realmente bastante promissor.
Ao contrário do que muita gente pensa, não é os EUA e sim o Canadá, o campeão mundial, per capita, de emissões de CO2-equivalente. Hábitos similares aos americanos, porém mais frio (exigindo mais energia para calefação), além de ser um exportador de energia para os EUA. O Canadá possui uma das maiores reservas de combustível fóssil do mundo. São cerca de 315 bilhões de barris de óleo betuminoso nas areias em torno do Rio Athabasca. Para se ter uma idéia, as reservas da Arábia Saudita são de 264 bilhões de barris de petróleo (as reservas mundiais totais em torno de 1.300 bilhões de barris). O problema é que nessa “lama” tem-se 83 a 88% de minerais e apenas 8 a 14% de betume. Para extrair 1 barril desse óleo são necessários 18 barris de vapor de água ! Elevados custos energéticos e ambientais.
Sim, o Canadá está firme na corrida pelos biocombustíveis. Uma interessante oportunidade para parcerias com empresas e pesquisadores brasileiros.
Gostaria de parabeniza-lo pelas informaçoes e postagens. Muito bom
Sou formado em Química Industrial, e gostaria de saber quando ocorrerar o proximo congresso internacional de Química.
Olá!Sou Ana Paula,estou cursando Eng.Química,segundo período.Estou adorando o curso.E gostaria de saber quando é o próximo congresso,e as novas informações…quero ficar por dentro de tudo.E parabéns pelo blog!
Muito obrigada.
Ana Oleniki
Bom dia,
Gostaria de saber sobre novos congressos.
Att,
Kelly