MCT discute otimizações do programa de biodiesel
// 15 abril 2009 // Pesquisas, Programa nacional
Nesta segunda-feira, 13 de Abril, estive em Brasília como representante da Rede Brasileira de Tecnologia de Biodiesel para discutir a otimização do modelo de produção do biodiesel através da agricultura familiar, estudo preliminar apresentado pela equipe do Prof Rogério Cerqueira Leite, da UNICAMP.
Em reunião coordenada pelo Ministro da Ciência & Tecnologia (MCT), Sérgio Resende, pude reencontrar amigos de grande respeito e valia para o programa brasileiro de biodiesel. Lá estavam o Adriano Duarte Filho da Secretaria de Desenvolvimento Tecnológico e Inovação do MCT, o Coordenador de Ações de Desenvolvimento Energético do MCT, Rafael Menezes, José Honório Accarini da Casa Civil da Presidência da República, Ricardo Dorneles, Diretor do Departamento de Combustíveis Renováveis do MME, Expedito Parente da Tecbio e Denilson Ferreira, coordenador de bioenergia do MAPA.
Muito louvável a atitude do MCT em discutir com profundidade assuntos como este que envolvem ajustes no programa de biodiesel. Eu, como entusiasta do biodiesel e ao mesmo tempo pesquisador, não posso me esquivar de dizer que as ações da equipe do MCT tem sido exemplares nesse tema. Desde 2004, o MCT coordena projetos e estudos com o objetivo de estruturar a base tecnológica do Programa Nacional de Produção e Uso de Biodiesel (PNPB). O Ministério realizou vários investimentos na cadeia de produção de biodiesel, envolvendo também, a aquisição de equipamentos técnicos-científicos para a Rede de Laboratórios de Caracterização e Controle de Qualidade de Biodiesel em mais de 30 laboratórios de análises no País. Na Rede, as ações de P&D estão sendo conduzidas em cinco sub-redes temáticas (Agricultura; Armazenamento, Caracterização e Controle da Qualidade, Produção do biocombustível e Co-produtos).
Para se ter uma idéia, só em 2008 os diversos programas do MCT investiram cerca de R$ 40 milhões nas pesquisas relacionadas a biodiesel. De algas a pinhão manso, de rota etílica a uso de novos catalisadores, de novas metodologias analíticas a múltiplos usos do glicerol, entre vários outros temas estão sendo apoiados em dezenas de instituições de pesquisa pelo Brasil. Tratando-se de recursos provenientes de instituições governamentais, poucos países no mundo têm recebido tamanhos montantes para pesquisa nesses temas. Esteja certo que nesse instante em que esse texto está sendo lido, algum cientista apoiado pelo MCT está fazendo melhoramento genético no dendê, outro está preparando uma nova cepa de algas, um novo catalisador está sendo preparado e estudado em nível molecular, protótipos de transformação de glicerina estão sendo projetados e muitas outras coisas interessantes estão sendo desenvolvidas. Nós, cientistas, sempre acostumados a reclamar por recursos para P&D, dessa vez temos apenas que agradecer e trabalhar para honrar esse voto de confiança que o país deposita em nossas mãos. Eu conheço a seriedade dos meus colegas que militam nessa área e tenho certeza que o retorno para a sociedade será muito maior.
No final da reunião, o Rafael Menezes, sempre esforçado e prestativo, me deu uma excelente notícia. Esse ano teremos o III Congresso da Rede Brasileira de Tecnologia do Biodiesel, provavelmente em Outubro. Esse congresso é fundamental para a discussão dos resultados das pesquisas e um grande motivador para os jovens pesquisadores, mestrandos e doutorandos exercerem sua apresentação oral, ou seu pôster, fruto de muita dedicação apresentado à comunidade científica. É o biodiesel também como ferramenta de formação de novos recursos humanos, novos talentos da ciência e tecnologia. Parabéns MCT!
Falando em congressos, nesta semana estarei ainda em Recife-PE, em uma mesa redonda do BIOCOM.
No domingo, dia 19 de Abril estarei indo para a Itália, na cidade de Trieste, lá estarei como palestrante num evento de biocombustíveis e bioprodutos organizado pelas Nações Unidas, mais precisamente pela UNIDO (United Nations Industrial Development Organization). A programação está aqui (.pdf). Aguardem informes do evento.
13 Comentários em “MCT discute otimizações do programa de biodiesel”
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Caro Dr. Donato.
Quero parabenizá-lo pelo seu blog, que coloca em pauta temas de suma importância para o setor de biocombústíveis, bem como por em expor suas idéias e opinões de forma clara, objetiva e com conhecimento.
Abraço e sucesso
Fico feliz que Ministério da Ciência & Tecnologia (MCT), através do Sr Sérgio Resende esteja comprometido com a questão tecnológica para o PNPB, mas lembro não adianta tão somente tecnologia de transformação (industrial) se no campo ainda estamos na época da pedra lascada (agricultura familiar) agravada pelo êxodo rural dos jovens em busca de oportunidades na cidade, quando só lhes resta o cabo da enxada no campo.
Ainda não é atrativo para os jovens a este futuro retornarem, o campo. E no campo só esta ficando os velhos aposentados com seus netos menores de 18 anos, ainda e preciso refletir sobre as questões sócias na agricultura realçada com oportunidade tecnológica e financeira, se não teremos megas indústrias com tecnologia de ponta atendendo a agricultura patronal, e não o agronegócio familiar a quem tanto o nosso governo preconiza nos seus discursos, e preciso deixar bem claro que nada além do mercado foi modificado no campo, e este tem beneficiado tão somente o patronal ou o atravessador intermediário com pele de cordeiro.
Caro Dr. Donato Aranda !
Me enche de satisfação e auto-estima, este blog com abordagem temática bio-científico de exrema e atual relevância, para todo o planeta e principalmente, BRASIL, O País nosso, que, por fim, deixou de ser promessa para o futuro, tornando-se hoje, líder dos líderes emergentes de agora: Brasil-Russia-India-China.
PARABÉNS dr. Donato Aranda.
Sou um entusiasta do valor das mentes pensantes do universo acadêmico nacional, postadas nas usinas de inteligência da UNICAMP, USP, UFRJ, UFSC, UFMG, a gloriósa EMBRAPA, com irrestrito apoio do MCT,etc, cooperador insentivador basilar da evolução cientifico-tecnológica para a P&D nos laboratórios do Brasil.
LOUVÁVEL SIM, GRANDEMENTE, envolvimento responsável da eminente liderança MCT, pois estamos no momento histórico de liderarmos P&D em biocombustíveis, com 30 anos de vantagem para outras nações, e é agora o momento de consolidarmos nossa liderança e domínio absoluto das mais profícuas tecnologias e metodologias e processos de toda rede sistêmica envolvendo o tema.
Convido doutorandos e pós, a desenvolverem teses que contemplem com riqueza de detalhes, apresentação de possibilidades construtivas, de caminhos inéditos ou
complementares, que esbossem processos viáveis, para atender soluções à produção (algas, soja, pinhão, dendê, mandioca, etc), adaptadas as várias regiões do País, e um sequêncial de projetos, para colheita, processamento (e armazenagem), logística, politica de preços racionais, para mercado nacional, latino, e outras nações, COM O MÍNIMO DE BUROCRACIA.
O QUE OFEREÇO PARA CORROBORAR A MAIS COM O CONTEXTO DESSE TEXTO:
Desenvolvi tecnologia agropecuária, de tratamento de solo, contemplando, naturalmente, cada tipo específico de cultura a ser cultivada, que me possibilita obter colheita 6 vêzes maior do que as mais avançadas tecnologias agricolas, de qualquer fonte (agrobusiness, universidades, etc), podem obter.
Ja há 1,5 anos, esmero-me em avaliar os possiveis impactos socio-econômico-ambientais, que tal descoberta impora ao campo.
ENTRETANTO, com essa revolução que tenho, ja rejeitei
proposta de países europeus, por avaliar não ser o momento, e pretender deixar tais louros, a desenvolver minha nação Brasil.
Terminaremos com os desmatamentos, por muito tempo, pois sobrara alimentos do Brasil para todo o Brasil, e mundo, além de efetivarmos, definitivamente, a sustentabilidade de nossos combustiveis, como renováveis, de fato.
DR. DONATO ARANDA,
Honro seu Blog e trabalho, com essa minha contribuição, onde apresento idéias plenamente fáceis de executar, e foco em minha descoberta agricola (de eng. agrônoma e bioquímica), que em pouco tempo, assegurará ao Brasil, 1000 anos de dianteira tecnológica nas tratativas de produtividade, sustentabilidade, ecológicamente corretas, em alimentos e biocombustíveis.
Alguém disse: NÃO MENOSPRESE O QUE APARENTA PEQUENO, POIS, TODO GRANDE COMEÇOU DE UM (1) PONTO: UMA IDÉIA.
SUGIRO AS UNIVERSIDADES, a creação de uma ouvidoria temático-científica, a cata de idéias e sugestão de soluções, aos temas apresentados, como : Quais os procedimentos que voce consideraria mais pertinentes, para o desenvolvimento de toda uma planta e malha produtiva de biocombustiveis; trace seu projeto idéia.
MAS TUDO POR E-MAIL, para que haja honra e recompença a quem digno: MERITOCRACIA.
Assim, construiremos várias usinas de pensamento canalizado a busca de respostas, as mais adequadas, para desenvolvimento das respostas mais adequadas, dignas de evoluir para os laboratórios de P&D, de nosso universo acadêmico e laboratorial.
SÓ ESTOU PROPONDO ORGANIZAÇÃO E AGILIZAÇÃO MAIOR NA EVOLUÇÃO DE NOSSA CAMINHADA PARA CONSOLIDAÇÃO, via equipe multidiciplinar, com poder de tomada de decisão, com conhecimento âmplo de caso, para desborucratizar, e despolitizar o omáximo possivel as decisões de ordem técnico-cientifico e ou produtivo, de armazenagem, preciação, comercializa
ção, etc.
O PROGRAMA NACIONAL DE BIOCOMBUSTIVEIS PRECISA URGENTEMENTE, SER DESENVOLVIDO PELOS CONTEMPLADORES NACIONAIS DA VISÃO SÓCIAL CAPITALISTA, onde se contemple de fato, a inserção social, também como beneficiária desse magnifico momento para a produtividade agricola nacional, SEM NOVOS DESMATAMENTOS, E SEM ASSENTAMENTOS FORTUITO (Tem que ensinar a plantar, e cobrar resultados, como também atender cumprir, o governo ou sociedade de economia mista, comprar com politica de preços certo, para continuidade do processo), MAS TRATAR O TEMA TODO, COMO UM PROJETO, TOCADO COM VISÃO EMPRESARIAL, VISANDO LUCRO (SOCIAL e ECONÔMICO), com qualidade de vida.
Perdoe-me a prolixidade, mas este tema de biocombustiveis, jamais pode ser tratado com superficialidade, ou poucas palavras.
Me disponho, para evoluirmos, Dr. Donato e cabeças com poder de decisão, de nosso estelar governo federal (grande responsável por haver conduzido o País as aguas mais tranquilas de todo o mundo, nosso Brasil), tais factíveis possibilidades aqui por expostas.
Ninguem constrói qualquer realização grandiosa em uma nação soberana, sózinho.
Creio em Deus, no universo da sapiência acadêmica como construtora dos avanços cientifico-tecnonógicos; e creio no ser humano brasileiro, de que chegou AGORA, nosso momento.
POR NÃO SER ESTANQUE O CONHECIMENTO, ele é o mais livre dos poderes, e a ninguem escolhe. Mas se deixa possuir por quem dele se nutre e o busca.
Ao dispor para efetivar resultados,
JRAlmeida.
Prezado Sr. Donato,
O seu blog contribui bastante, são informações muito valiosas! Gostaria de parabenizá-lo pelo seu trabalho!
Queria aproveitar e perguntar se voce tem mais informações sobre o III Congresso da Rede Brasileira de Tecnologia do Biodiesel?
Grato!
Caro Donato,
Agora sim estou vendo as coisas do biodiesel nacional mais claras e decididas.
O III Congresso da Rede Brasileira de Tecnologia sem dúvidas vai trazer discussões e informações importantes visando contribuir nos ajustes que o biodiesel brasileiro necessita com urgencia.
almirmonte@terra.com.br
Afinal existe ou não tecnologia brasileira para a eliminaçãi das toxinas da mamona e do Pinhão
jcastro
Infelizmente, ao contrário do que o ministro possa estar afirmando, essa diversidade de pesquisas acadêmicas (não aplicadas) parece-me só servir na verdade para justificar teses de mestrado e doutorado.
Em meus mais de trinta anos no ramo industrial de oleaginosas, olho para colegas da academia, e mal consigo divisar objetividade prática em seus trabalhos, quase sempre dirigidos mas não coordenados harmonicamente nos mais variados aspectos da produção viável de biodiesel.
Prezado Paulo Gonçalves,
VC PRECISA SE ATUALIZAR! VC REALMENTE LEU A MATÉRIA TODA? ANTES DE FALAR BESTEIRA PROCURE SE INFORMAR MELHOR!
AS TESES DE MESTRADO E DOUTORADO CONTRIBUEM COM O DESENVOLVIMENTO TECNOLÓGICO E GERAM INOVAÇÃO, COM O ADVENTO DE PATENTES,PUBLICAÇÕES TÉCNICAS ETC….
SE TEM ALGUMA COISA FUNCIOANDO BEM NESSE PAÍS É O INCVENTIVO À PESQSUISA E dESENVOLVIEMTNO NA CADEIA PRODUTIVA DO BIODIESEL (LEIA NOVAMENTE O TEXTO!)
TALVEZ OS SEUS COLEGAS DE ACADEMIA ESTEJAM MAL INFORMADOS, DESESTIMULADOS E DESCONECTADOS DAS AÇÕES EM ANDAMENTO NO ÂMBITO DO PROGRAMA NACIONAL (ASSIM COMO VC PARECE ESTAR!)
TA DADO O RECADO!
rmartins
Legal!!!! vai ter o III Congresso esse ano! não achei o site! vai ser com a abipti? existe uma data? O congresso de 2007 foi muito bom!! alto nível!
favor divulgar mais informações a respeito!
Grato – Tiago
Prezado senhor Rodrigo Martins. Estude um pouco mais sobre a grafia correta das palavras antes de se manifestar…
Meu objetivo, no entanto, foi atingido: O de levantar um assunto sobre o qual poucos têm a coragem de falar.
Concordo em parte com o Sr.Paulo Gonçalves quanto a questão da viabilidade da produção do biodiesel em alguns casos quando analisamos o contexto do mercado de óleos vegetais e os preços do petróleo. Entretanto é importante observar a conjuntura das instituições de pesquisas e do mercado de trabalho brasileiro. O pesquisador inicia a sua carreira na universidade, faz uma extenção obtém a sua titulação. Como os salários, bolsas e infraestrutura na área acadêmica / pública são bem inferiores que das empresas privadas; os pesquisadores em sua grande maioria acabam deixando suas pesquisas inacabadas ou as levam para as instituições privadas. Não acredito que exista falta de foco nas pesquisas acadêmicas, apenas as mesmas não são bem remuneradas e os profissionais acabam desviando-se de seus objetivos.
DONATO COMO VAI ? TRABALHO NA BIOCAPITAL E SEMPRE OUVI FALAR DE SEU TRABALHO. FICO MUITO FELIZ POR TERMOS UM BRASILEIRO COMO UMA DE NOSSAS MENTES PREVILEGIADAS NO TEMA BIODIESEL.
ABRAÇO,
WALTER VIEIRA
É lamentável que a falta de capacidade de argumentação, respeito às opiniões alheias e até mesmo a falta de educação de alguns indivíduos tulmutuem esse espaço, desviando inclusive o foco principal de toda a discussão.
O RECADO TÁ DADO!