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Programa social e a evolução do setor de biodiesel


Edição de Dez 2011 / Jan 2012 - 15 dez 2011 - 12:44 - Última atualização em: 09 mar 2012 - 16:47

Quando o Programa Nacional de Produção e Uso de Biodiesel (PNPB) foi criado, existiam muitas dúvidas sobre como diversos aspectos iriam se comportar. Por se tratar de um produto absolutamente novo para o Brasil, era muito difícil prever o funcionamento de todos os detalhes.

A vinculação de um programa social a um programa energético foi o aspecto mais criticado no início. Mas o governo estava fechado neste ponto e a decisão se mostrou acertada, com muitas famílias sendo beneficiadas através do biodiesel nos últimos anos. No entanto, a inclusão social através no PNPB é o ponto que mais precisa de ajustes. Além de termos poucas famílias incluídas, o dinheiro que elas recebem é muito reduzido, especialmente nas regiões mais carentes.

Existia também muita insegurança quanto ao investimento privado. Era muito difícil prever qual seria o ímpeto dos empresários na construção de usinas que garantissem uma produção capaz de atender a mistura obrigatória. A fase autorizativa do B2 aumentou a segurança, e os leilões de estoque no início de 2008 garantiram a mistura obrigatória.

Os próprios leilões de biodiesel já passaram por três fases, conforme colocou Ricardo Dornelles, diretor do MME, durante a Conferência BiodieselBR. E em breve terá início uma quarta etapa, onde as usinas terão um contato mais direto com as distribuidoras, um movimento que buscará mais qualidade e eficiência na produção de biodiesel.

No início do PNPB, também não estava claro o perfil das usinas que ingressariam na produção. Embora hoje esteja evidente que a participação das esmagadoras e a verticalização são o caminho para a produção de biodiesel mais barato, até o início da mistura obrigatória era comum ouvir discursos inflamados sobre o modelo de pequenas usinas espalhadas pelo Brasil.

O perfil dos empresários e o nível organizacional das empresas também eram mais heterogêneos. Isso ajuda a explicar o insucesso de muitas unidades que surgiram no começo do programa, como apresentado na reportagem da página 24.

Já a consolidação das esmagadoras no setor aconteceu em razão do já anteriormente estabelecido mercado da soja, tema de capa desta edição. O assunto foi desenvolvido ao longo de dez páginas e o leitor verá que, embora a soja tenha se tornado a base do biodiesel brasileiro, foi o PNPB que trouxe alívio ao mercado sojicultor, ao garantir a colocação do óleo com preços sempre atraentes.

Julio Cesar Simczak Vedana Diretor de Redação